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    Maurício Pestana fala sobre diferenças entre racismo nos EUA e no Brasil

    O jornalista e CEO da Revista Raça diz que racismo levou a "guerra sangrenta" nos EUA; no Brasil, se finge que não houve escravidão e luta

    Da CNN

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (1º), Maurício Pestana, jornalista e CEO da Revista Raça, apontou as diferenças históricas entre o Brasil e os Estados Unidos para explicar o racismo nos dois países e disse que “é uma vergonha para o planeta a distância existente entre negros e brancos e a pouca representatividade [dos negros]”.

    Segundo Pestana, nos EUA houve uma guerra sangrenta e o racismo foi constitucional, ou seja, haviam leis que proibiam negros e brancos de frequentar o mesmo espaço. Aqui no Brasil, o jornalista explicou que costuma dizer que houve um “pacto”. 

    “É como se não tivesse tido escravidão e lutas, e esse pacto se transformou em algo como ‘eu finjo que não houve história’, ‘eu, como negro, finjo que eu não sou discriminado’, o branco finge que não discrimina e ele continua nos discriminando e nós continuamos com pouco acesso à educação, habitação e uma série de [outras] coisas”, afirmou.

    Pestana questionou como um país em que 56% da população é negra não tem um negro no alto escalão do poder Executivo ou na Suprema Corte.

    Segundo ele, nos EUA, o problema social e econômico histórico não foi resolvido, e sim amenizado com políticas de ações afirmativas, com as cotas e luta de direitos civis.

    “Houve uma evolução de uma parcela significativa da população negra. Há uma população poderosa economicamente, vide que o PIB dos negros americanos é superior ao PIB do Brasil e maior que o PIB da Rússia. Porém, há muitos negros na marginalidade, como aqui no Brasil. Ou seja, esse ‘milagre negro’ que aconteceu nos EUA não foi para todos. Aqui, não foi para quase ninguém”, afirmou.

    (Edição: Bernardo Barbosa)

     

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