Rio de Janeiro: operações policiais em favelas geram prejuízo de R$ 14 milhões aos moradores, aponta pesquisa
Dados mostram que há prejuízos para além do impacto financeiro
Nos complexos da Penha e Manguinhos, favelas cariocas mais afetados por tiroteios com participação de agentes de segurança, estima-se um prejuízo anual de R$ 14 milhões para os moradores em decorrência das ações policiais, de acordo com o estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), divulgado nesta segunda-feira (18).
A pesquisa mostra que, entre comerciantes e prestadores de serviços das favelas estudadas, o prejuízo é de R$ 2,5 milhões por ano, o que representa 34,2% do faturamento médio dos empreendedores.
Cerca de 87,9% dos moradores relataram que houve ações policiais em suas favelas e 60,4% dos moradores disseram que ficaram impedidos de trabalhar nos 12 meses anteriores à pesquisa por conta dessa violência armada.
Para além do impacto financeiro, os dados mostram que, as ações policiais ainda provocaram falta de energia elétrica em 44,9% das moradias nos 12 meses anteriores à pesquisa, além de interromper o fornecimento de internet e de água para 32,1% e 17,3% dos moradores, respectivamente.
A pesquisa ainda revela que 4,8% dos moradores afirmaram ter sido roubados ou furtados durante as incursões policiais.
O estudo “Favelas na Mira do Tiro” realizou um censo com todos os comerciantes e prestadores de serviços de duas favelas dos complexos, Vila Cruzeiro e Mandela de Pedra, as mais expostas à violência armada.
O resultado mostrou que 51,3% dos moradores relataram que ações policiais causaram o fechamento temporário do estabelecimento nos 12 meses anteriores à pesquisa.
*Sob supervisão de Márcia Barros
