Weintraub era estratégico para ala ideológica do governo, diz analista de risco
Com a saída do ministro e as diversas crises que rondam o governo, Creomar entende que há três saídas para a escolha de um novo nome para pasta
A saída de Abraham Weintraub do ministério da Educação provocou uma das mais duras perdas da ala ideológica do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro era seguidor do guru do presidente, Olavo de Carvalho, e segundo Creomar de Souza, fundador da consultoria Dharma e analista de risco, seu papel era o de representar o componente ideológico do governo.
“O papel de Weintraub no governo estava vinculado a relação do bolsonarismo com o olavismo como corrente de estruturação política. Ele marcava o interesse estratégico desse componente ideológico olavista em produzir uma espécie de revolução de mentalidade e costumes no ministério da Educação, alterando o rumo de políticas públicas e construindo um processo desideologização e desaparelhamento das estruturas educacionais brasileiras cujo principal alvo eram as universidades federais.”
Leia também
Abraham Weintraub: Ministro da Educação acumulou polêmicas em 14 meses no cargo
O que Abraham Weintraub vai fazer no Banco Mundial?
Demissão de Weintraub é bem vista pelo Congresso, mas reformas ainda são dúvida
Com a saída do ministro e as diversas crises que rondam o governo, Creomar entende que há três saídas para a escolha de um novo nome para pasta: um novo olavista, um nome do centrão ou um ministro interino, como no Ministério da Saúde, para que a poeira abaixe e escolham um nome futuramente. Apesar disso, ele entende que há um eleitorado fiel do presidente que ainda anseia por uma “revolução conservadora.”
“Acredito que a revolução conservadora exista na cabeça de olavistas e em algum sentido ela se manifesta em parte do eleitorado, sobretudo na faixa dos 30% que não desidratam em termos de suporte a Bolsonaro.”
(Edição de: Diego Freire)