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    Dólar fecha a R$ 5,86, novo recorde, com expectativa de vídeo de Bolsonaro

    Virada ocorreu conforme o mercado reagiu a notícias sobre o conteúdo de vídeo de reunião ministerial entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o presidente

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O dólar cravou novo recorde histórico de fechamento nesta terça-feira (12), embalado pela tensão política no Brasil, com expectativas sobre o conteúdo de um vídeo de uma reunião entre o ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro

    No fim da sessão, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,71%, a R$ 5,8657 na venda, novo recorde histórico nominal, também pressionada por uma piora nos mercados externos. Basta agora alta de 2,29% para o dólar tocar a marca psicológica de R$ 6.

    O dólar vinha em rota ascendente desde o fim da manhã, embora ainda em queda, e ganhou tração de vez depois das 14h, passando a subir no dia. 

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    A virada ocorreu conforme o mercado reagiu a notícias sobre o conteúdo de vídeo de reunião ministerial durante a qual, segundo Moro, o presidente Bolsonaro teria dito que, se não pudesse trocar o superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio ministro da Justiça.

    Ao pedir demissão do governo no fim de abril, Moro acusou Bolsonaro de ter intenção de interferir em inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e obter acesso a investigações e relatórios de inteligência da PF, por meio de interferência política na instituição.

    As revelações sobre o vídeo da reunião ministerial vieram no dia em que pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostrou um salto na desaprovação ao desempenho pessoal do presidente e na avaliação negativa do governo, evidência do desgaste de Bolsonaro junto à opinião pública.

    Esse conjunto de informações negativas ao governo, e que dá sequência aos persistentes ruídos recentes, afetou todos os mercados domésticos. Os Depósitos Interbancários (DIs) longos dispararam quase 60 pontos-base entre a mínima e a máxima da sessão. E o principal índice das ações brasileiras terminou nas mínimas do dia, em queda de 1,5%, depois de subir 1,6% na máxima do pregão.

    “(Isso) está machucando bastante gente. Toda cautela é pouca nesse momento. A incerteza no ambiente doméstico aumentou bastante hoje”, disse um estrategista de uma gestora.

    O dia conturbado no plano local teve seu efeito intensificado pela piora de humor nos mercados externos ao longo da tarde, quando ressurgiram preocupações com os riscos de abertura prematura da economia. Wall Street acabou fechando em queda, depois de subir mais cedo na sessão, e o dólar se valorizava contra algumas divisas de risco.

    *Com informações da Reuters 

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