Comícios de Trump são responsáveis por mais de 30 mil casos de Covid, diz estudo
Pesquisa feita pela universidade de Stanford estima que eventos tenham contribuído para mais de 700 mortes em decorrência da doença
Os comícios promovidos pelo presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump, podem ter sido responsáveis por mais de 30 mil casos de Covid-19, de acordo com um estudo ainda não revisado por pares que foi publicado na última semana pela Universidade de Stanford, na Califórnia.
Segundo os pesquisadores, os eventos contribuíram ainda para mais de 700 mortes em decorrência do vírus, e não necessariamente os atingidos foram pessoas que estiveram nos comícios.
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Para chegar até esse número, os pesquisadores analisaram os dados anteriores e posteriores à realização de 18 comícios em cidades dos EUA e os comparam com cidades que não sediaram comícios de Trump. A demografia e a trajetória de casos do coronavírus nestes municípios, que possuem características semelhantes, foram alguns dos elementos analisados na pesquisa.
Dos 18 eventos analisados, apenas três foram feitos em locais fechados.
O estudo descobriu que, depois de receber os comícios, as cidades tiveram um aumento de mais de 250 casos para cada 100 mil habitantes. Foram analisados eventos realizados entre junho e setembro, e os pesquisadores monitoraram os dados das cidades por pelo menos quatro semanas após a realização.
Um dos comícios analisados foi o que Trump realizou em Tulsa, no estado de Oklahoma, no final de junho. Na ocasião, cerca de 6.200 pessoas compareceram, segundo o Corpo de Bombeiros de Tulsa, e a cidade reportou um aumento nos casos pouco mais de duas semanas após o evento do republicano.
Os pesquisadores concluem que os resultados corroboram fortemente as advertências e recomendações das autoridades de saúde pública sobre o risco de transmissão da Covid-19 em grandes reuniões de grupo, especialmente quando o grau de cumprimento das orientações quanto ao uso de máscaras e distanciamento social é baixo.
“As comunidades nas quais os comícios de Trump aconteceram pagaram um alto preço em termos de doença e morte”, afirma o presidente do departamento de economia de Stanford e um dos autores do artigo, B. Douglas Bernheim.
A campanha de Joe Biden aproveitou o estudo para criticar a reposta do presidente à Covid-19. “Donald Trump não se importa nem com a vida de seus maiores apoiadores, muito menos com a vida de qualquer outra pessoa”, declarou Andrew Bates, porta-voz da campanha do democrata.
(*Sob supervisão de André Rosa)
