Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Neonazistas incentivam seguidores a infectar judeus e muçulmanos com coronavírus

    Políticos de extrema direita usaram o vírus para levar adiante sua mensagem anti-imigração e populista, segundo governo britânico

    Agente de saúde analisa amostra de teste para coronavírus em Nova Délhi
    Agente de saúde analisa amostra de teste para coronavírus em Nova Délhi Foto: Adnan Abidi - 4.jul.2020/Reuters

    Amy Woodyatt, da CNN

    Neonazistas e ativistas de extrema direita têm dito aos seguidores para “infectar de propósito” judeus e muçulmanos com coronavírus, segundo alertou uma agência de contraterrorismo do governo britânico na quinta-feira (9). Os extremistas tentam ganhar terreno durante a pandemia.

    Desde o início da pandemia de coronavírus, a Comissão de Combate ao Extremismo do Reino Unido disse ter recebido relatórios crescentes de extremistas de extrema direita, extrema esquerda e islâmicos queexploram a crise para promover narrativas divisórias, xenofóbicas e racistas e assim “semear a divisão” e criar discórdia social.

    Leia mais:
    Atos antirracismo e de extrema-direita ocorrem em Londres

    A comissão disse ter ouvido relatos de desinformação e propaganda prejudicial em todo o espectro ideológico: grupos islâmicos estavam “propagando narrativas antidemocráticas e antiocidentais”, alegando que a Covid-19 é uma punição divina no Ocidente por suposta “degeneração” ou punição à China pelo tratamento de muçulmanos uigures.

    “Ouvimos relatos de ativistas britânicos de extrema direita e grupos neonazistas que promovem narrativas antiminorias, incentivando os usuários a infectar deliberadamente grupos, entre eles as comunidades judaicas”, alertou o relatório.

    Outras teorias da conspiração incluíam uma que sugeria que o vírus fazia parte de uma “conspiração judaica” ou que o 5G estava ligado à pandemia.

    Enquanto isso, políticos de extrema direita e organizações de notícias usaram o vírus “para levar adiante sua mensagem anti-imigração e populista”, disse o relatório, alertando que a prevalência de tal conteúdo normaliza o ódio contra as comunidades étnicas, raciais e religiosas.

    Também foram abordadas preocupações de que o lockdown poderia levar as pessoas a se tornarem mais suscetíveis à radicalização e à cooptação de outros.

    Em junho, o superintendente-chefe Nik Adams, coordenador nacional do programa de contraterrorismo no Reino Unido, chamado Prevent, avisou que algumas pessoas vulneráveis serão “atraídas para atividades terroristas” já que escolas, serviços de saúde mental e serviços públicos de saúde foram atingidos pela pandemia.

    A comissão também alertou que as teorias conspiratórias infundadas e a desinformação estavam sendo amplamente divulgadas online. Um post falso nas redes sociais sobre os muçulmanos violando o lockdown foi compartilhado 2.700 vezes, segundo o relatório.

    De acordo com um estudo citado pelo relatório, cerca de 90% das postagens que contêm desinformação não foram retiradas pelas empresas de mídia social, mesmo depois de serem sinalizadas por voluntários.

    “A pandemia não desencorajou os extremistas de propagar suas ideologias de ódio”, disse a comissária Sara Khan em comunicado.

    “Como sempre ocorre em uma crise, eles exploraram completamente o lockdown para promover teorias de conspiração perigosas e desinformação, principalmente online”.

    Segundo Khan, os extremistas procuram “integrar” suas narrativas “com o único objetivo de incitar ao ódio, à violência, à desordem pública e à quebra da coesão da comunidade”.

    Ela citou a maneira como os extremistas discutiram a teoria da conspiração do 5G em plataformas periféricas de mídia social como o Telegram – e 50 mastros usados na tecnologia foram alvos de vândalos em abril.

    A comissão pediu que o governo incluísse “planos claros” para combater o extremismo durante a pandemia da Covid-19 e em futuras crises, e que fosse publicada uma nova estratégia contra o extremismo – com detalhes de como combatê-lo localmente.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)