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    Peru: Congresso rejeita impeachment e presidente permanece no cargo

    A votação não atingiu os 87 votos necessários para destituir o mandatário

    O Congresso do Peru votou nessa sexta-feira (18) contra a saída do presidente Martín Vizcarra no julgamento do processo de impeachment contra ele. A decisão alivia a tensão política no país, que vive uma recessão econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.

    A votação não atingiu os 87 votos necessários – dentre o total de 130 – para destituir o mandatário: apenas 32 parlamentares votaram pela saída do presidente.

    Parlamentares acusavam Vizcarra de “incapacidade moral” por supostas ligações com um caso de contratos irregulares do governo firmados com um cantor.

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    O Congresso deu início ao processo de impeachment na semana passada, mas já era esperado que Vizcarra sobrevivesse à votação desta sexta, depois que os principais parlamentares de oposição se distanciaram do plano de remover o presidente do cargo, mesmo diante da crise econômica e da pandemia de Covid-19.

    O presidente do Peru, Martín Vizcarra
    O presidente do Peru, Martín Vizcarra
    Foto: Presidência do Peru – 30.set.2019 / Reuters

    Acusações

    Na semana passada, três áudios foram transmitidos durante uma sessão plenária, apresentados pelo presidente da Comissão de Fiscalização, Edgar Alarcón. Nas gravações, Vizcarra conversa com funcionárias do Palácio do Governo sobre várias idas do cantor Richard Cisneros ao local. 

    Segundo Alarcón, os áudios provariam que o presidente pediu a elas que mentissem sobre as visitas.

    Sobre as gravações, Vizcarra disse que era sua voz, mas ressaltou que as gravações foram “editadas e manipuladas maliciosamente”, e tentaram tirar suas “palavras de contexto”, acusando-o de situações inexistentes.

    “Não vou negar a conversa, mas foram coordenações internas que se faz em qualquer instituição, uma forma de esclarecer o que estava ocorrendo no âmbito das investigações”, afirmou o presidente.

    Discurso de Vizcarra

    Vizcarra, que não tem representação do próprio partido no Legislativo, usou um tom desafiador durante seu discurso de 20 minutos no Congresso, antes da votação. Ele disse que o país não deveria “se distrair” dos verdadeiros desafios.

    “Eu não me escondo. Eu não o fiz antes e não farei isso agora. Estou aqui, com minha cabeça erguida e minha consciência limpa”, afirmou Vizcarra, de 57 anos.

    “É muito sério ver que o país afundou nessa incerteza”, declarou ele. Para o presidente, o processo de impeachment era um plano do Congresso, eleito em janeiro depois que o presidente dissolveu o parlamento anterior, em 2019, em meio a uma luta com a oposição por causa das reformas anticorrupção de Vizcarra.

    Uma pesquisa recente feita pelo instituto Ipsos mostrou que 79% dos peruanos preferiam que Vizcarra completasse seu mandato, que termina no meio de 2021. As eleições presidenciais serão realizadas em abril, mas Vizcarra não as disputará.

    O Peru tem um histórico de turbulências políticas, com três tentativas de retirar um presidente do cargo nos últimos cinco anos.

    (Com Reuters)

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