Eleições nos EUA: O que esperar dos discursos da Convenção Nacional Republicana
Evento começa nesta segunda e vai até quinta-feira
A Convenção Nacional Republicana dos Estados Unidos começa nesta segunda-feira (24). Com os olhos do mundo político focados no que o presidente Donald Trump vai fazer – e se vai mudar a trajetória de sua campanha de reeleição –, veja quais são os discursos mais esperados do evento desta semana.
Melania Trump
Enquanto o discurso da primeira-dama na noite de terça não deve ter qualquer grande impacto no cenário político, ele será, sem dúvida alguma, um dos mais assistidos durante os quatro dias da convenção.
A população é fascinada com Melania Trump, já que ela raramente fala em público. O discurso dela na convenção republicana de 2016 ficou marcado por polêmica depois que a campanha do magnata admitiu que algumas partes do que ela falou foram tiradas de um discurso feito pela ex-primeira-dama Michelle Obama na Convenção Nacional Democrata de 2008.
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A CNN informou na semana passada que “desta vez, a primeira-dama opta novamente por não utilizar uma equipe profissional para redigir o discurso, confiando apenas no pequeno grupo de funcionários dela, segundo um estrategista republicano, que falou em condição de anonimato para preservar as relações de trabalho com a Casa Branca”.
Donald Trump Jr.
O filho mais velho do presidente tem falado abertamente sobre seu interesse em disputar a liderança do país em algum momento no futuro. O discurso dele na noite desta segunda será o maior obstáculo para essas ambições.
Para quem não está familiarizado com o tipo de discurso que Junior faz, aqui está uma ideia: imagine o discurso mais trumpista de Donald Trump e multiplique isso por 10. Trump Jr. é essencialmente um troll de direita da internet. Mas ainda assim é o filho mais velho do presidente dos EUA.
Independentemente do que ele disser, o discurso de Donald Trump Jr. será elogiado pela ala trumpista do partido, e deve encorajá-lo a confiar ainda mais em suas ambições políticas nacionais.
Mike Pence
Desde que aceitou a indicação para a vice-presidência, Pence entendeu que o seu destino político – ele quer estar atrás da mesa do Salão Oval – depende da fidelidade a Trump, na esperança de ser escolhido herdeiro político do presidente.
Antes de aceitar o cargo, Pence foi uma das vozes mais conservadoras dentro do Partido Republicano, e alguém que destacou a necessidade de orçamentos equilibrados e responsabilidade fiscal.
Nos últimos quatro anos, ele minimizou muitas dessas opiniões para poder se entender com Trump, que não compartilha de todos os pontos defendidos pelo vice. Mas se há um momento para Pence deixar claro o que defende e como seria um país sob o comando dele, esse momento é agora.
Nikki Haley
O discurso dela será muito importante e deve ser o segundo mais assistido. Por quê? Porque espera-se que Haley seja candidata à presidência em 2024, independente de Trump ganhar em novembro ou não.
Haley deixou o governo em outubro de 2018 com uma das coisas mais rara da gestão Trump: uma despedida no Salão Oval. Trump elogiou Haley pelo “trabalho fantástico” e ofereceu a ela a chance de voltar ao governo em qualquer função que ela achasse adequada.
Então, em um discurso que é claramente sobre a eleição de 2024, como ela vai falar sobre o presidente? É óbvio que não deve desferir agressividade contra ele (não teria sido convidada a falar se esse fosse o plano). Mas será que ela vai usar o evento para falar sobre sua abordagem decididamente não conservadora de governança ou para esboçar como seria um governo sob a sua liderança?
Donald Trump
Diferente da Convenção Nacional Democrata na semana passada, que contou com grandes nomes da política norte-americana e músicos, o evento republicano terá apenas uma estrela: Donald Trump.
Ele sabe disso, e deve aparecer em algum momento de cada um dos quatro dias, incluindo na quinta-feira, quando aceitará formalmente a indicação para a presidência pelo partido.
Não importa quantas vezes ele será visto antes da noite de quinta. É o discurso de encerramento da convenção que mais importa. Trump precisa encontrar uma maneira de reformular a disputa porque, se não o fizer, deve acabar derrotado em novembro.
Trump e seus conselheiros prometem um evento mais otimista do que o dos democratas, descrito pelos republicanos como deprimente. Mas é isso que a população – ainda com medo do novo coronavírus e em meio à crise econômica causada pela pandemia – realmente quer?
(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês.)