MPF pede que Fiocruz explique atraso de insumo e acesso a cronograma da produção
Matéria-prima para produção do imunizante ficou pronta para ser exportada da China para o Brasil no dia 10 de dezembro, mas 1º lote chegou só no último sábado
O Ministério Público Federal (MPF) pediu explicações à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre os atrasos na entrega de lotes do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para produção da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 no Brasil. O MPF também solicita o cronograma atualizado do Contrato de Encomenda Tecnológica firmado entre Fiocruz e AstraZeneca para envio do IFA, que é a matéria-prima para produção do imunizante no Brasil. Este ingrediente ficou pronto para ser exportado da China para o Brasil desde o dia 10 de dezembro, como revelou a CNN, mas o primeiro lote só chegou ao Brasil no último sábado (6).
O pedido foi assinado por três Procuradores da República do Rio de Janeiro e foi feito à Fiocruz no dia 4 de fevereiro. Pelo prazo, deveria ter sido respondido até terça (9), mas a instituição pediu para encaminhar as respostas até a próxima segunda-feira (15).
O MPF também quer que a Fiocruz entregue todos os cronogramas anteriores, com datas de entrega dos lotes do IFA e do escalonamento da produção do insumo no Brasil. Há, ainda, a solicitação para que a instituição encaminhe aos procuradores uma lista com todas as etapas necessárias para que seja alcançada a meta de entregar 110 milhões de vacinas entre agosto e dezembro, período em que se espera que a Fiocruz já detenha tecnologia para produzir a matéria-prima da vacina.
O contrato de Transferência de Tecnologia entre a Fiocruz e a AstraZeneca, que permitirá a produção nacional do IFA, ainda não foi assinado, mas, segundo a CNN apurou, os termos devem ser fechados ainda neste mês.
A Fiocruz foi procurada para dar um posicionamento à reportagem, mas ainda não houve resposta.