Moradores do Jacarezinho protestam em frente à central da Polícia Civil do RJ
No local do ato fica a Cidade da Polícia, espaço da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro que abriga 15 delegacias especializadas
- 1 de 7O enteado de 10 anos do policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 45 anos, cobre o caixão com o corpo do padrasto
- 2 de 7Enterro do policial civil André Farias, de 45 anos, reuniu centenas de familiares, amigos e policiais
- 3 de 7O enteado do policial morto na operação da comunidade do Jacarezinho chora durante o enterro do padastro
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- 4 de 7Manifestantes levantam cartazes contra a operação que levou à morte de 28 pessoas no morro do Jacarezinho
- 5 de 7Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, operação foi para combater traficantes no morro do Jacarezinho
- 6 de 7Manifestantes protestam contra operação da Polícia Civil que deixou 28 mortos no Rio de Janeiro
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- 7 de 7Protesto contra a operação da Polícia Civil do RJ que deixou 28 mortos no morro do Jacarezinho
Um dia após a operação da Polícia Civil que resultou na morte de 28 pessoas, moradores da comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, foram às ruas, nesta sexta-feira (7), para cobrar que as autoridades investiguem todas as mortes com rigor.
Carregando cartazes com os dizeres “contra o genocídio” e “para nós só tiro, fome e morte”, manifestantes chegaram a ocupar parcialmente a Avenida Dom Hélder Câmara, uma das principais vias da região.
É no local que fica a Cidade da Polícia, espaço da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro que abriga 15 delegacias especializadas, a Coordenadoria de Recursos Especiais e cinco órgãos da chefia de Polícia Civil. A Polícia Militar acompanhou o ato.
Ao chegar em frente ao complexo de delegacias, o grupo cantou um trecho do funk “Eu só quero é ser feliz” e gritaram “justiça”.
Em uma esquina próxima ao Jacarezinho, moradores acenderam velas e alguns parentes dos mortos rezaram.
Depois do ato, idosos, crianças e até mães com filhos de colo foram para a chamada “fila da fome”, que se forma perto das 18h em frente à sede da ONG Rio de Paz, que fica dentro da comunidade.
“Estou com o braço quebrado, não posso trabalhar e dependo da quentinha para sobreviver. Não tenho emprego, não tenho nada. Desde que começou a pandemia eu venho toda noite pegar”, disse um morador.
De acordo com o presidente da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, a ONG precisa manter a ajuda, já que muitos dos moradores estão desempregados.
“No dia subsequente às mortes que houve na comunidade do Jacarezinho distribuindo quentinhas aos moradores. Eles estão enfrentando um dos dias mais difíceis da história do Jacarezinho. Vivemos dias de pandemia e desemprego. E nos comove profundamente ver tanta gente carecendo da sua e da minha ajuda”, disse o presidente da ONG Antônio Carlos Costa.
A operação, segundo o governador do estado, Cláudio Castro (PSC), aconteceu em “fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça”.
Também nesta sexta-feira, o corpo do policial civil André Frias foi enterrado no Jardim da Saudade, zona oeste da capital fluminense. O velório reuniu centenas de pessoas, entre familiares, amigos e companheiros de farda.