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    Sou técnico e me jogam para área ideológica, diz secretário mantido por Ribeiro

    Carlos Nadalim costuma ser apontado por membros do governo como integrante da chamada ala ideológica por ter sido um dos nomes apoiados por Olavo de Carvalho

    Renata Agostinida CNN

    Confirmado no cargo como secretário de alfabetização do Ministério da Educação, Carlos Nadalim afirma que ficou conhecido entre conservadores por sua ligação com Olavo de Carvalho, mas que já “sobreviveu” a quatro ministros por seu trabalho técnico na pasta.

    “Sou técnico e me jogam para a ala ideológica. Preciso de paz para trabalhar. Foi assim que sobrevivi até hoje. Estou no quarto ministro”, afirmou à CNN.

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    Nadalim costuma ser apontado por membros do governo como integrante da chamada ala ideológica por ter sido um dos nomes apoiados por Olavo de Carvalho para a formação inicial do MEC.

    “Quero que fique claro: não fui aluno, eu ainda sou aluno de Olavo de Carvalho. Fiquei conhecido no meio conservador assim”, afirmou. “No tocante à alfabetização, levo em consideração evidências científicas”, disse à coluna.

    A confirmação de Nadalim na secretaria de alfabetização do MEC veio após integrantes do governo indicarem que o novo ministro, Milton Ribeiro, considerava promover uma mudança ampla com a saída de todos os secretários identificados com da ala “olavista” ou “ideológica”. 

    Ribeiro optou por manter Nadalim, mas anunciou nesta quarta-feira, 5, a saída de Ilona Becskeházy da secretaria de Educação Básica. Para o seu lugar, será nomeada Izabel Lima Pessoa. Ilona e Nadalim são próximos.

    Avaliações individuais

    Segundo um integrante do MEC, Ribeiro está fazendo uma “avaliação individual” de cada secretário. Dos seis secretários da pasta, quatro já foram definidos. Ribeiro também decidiu mudar o secretário-executivo, afastando Antonio Vogel, advindo da gestão Weintraub. Para o seu lugar, foi escalado Victor Godoy Veiga, servidor de carreira da Controladoria-geral da União.

    Nadalim trabalhou na equipe de transição, que formatou as bases do que seria a política de educação do governo Jair Bolsonaro, e está no MEC desde a gestão de Ricardo Vélez Rodrígues. Foi mantido com a chegada dos sucessores de Vélez no comando da pasta: Abraham Weintraub, Alberto Decotelli e, agora, por Milton Ribeiro.

    Nadalim argumenta que não circunscreve sua atuação na pasta a interlocutores do conservadorismo. Ele credita sua manutenção no posto a metas atingidas, como o lançamento da Política Nacional de Alfabetização ainda durante os cem primeiros dias de governo Bolsonaro, a criação da Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe) e o lançamento de programas como “O Tempo de Aprender”, de alfabetização nas escolas, entre outras iniciativas.

    Nadalim foi alvo de críticas ao chegar ao governo pela falta de experiência em gestão pública. Antes de chegar ao MEC, acumulava experiência na escola de sua família, a Mundo Balão Mágico, em Londrina. 

    O secretário argumenta, porém, que ganhou notoriedade no mundo conservador não só por ser aluno de Olavo de Carvalho, mas por traduzir estudos científicos sobre educação para professores e pais por meio de sua página na internet, e por ter dois livros publicados sobre educação.