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    PF faz operação no Rio de Janeiro e apura irregularidades na Petrobras

    Na Operação Sem Limites II, policiais cumprem mandados de busca e apreensão na capital fluminense, Petrópolis e Cabo Frio

    A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (18), a Operação Sem Limites II – 71ª fase da Operação Lava Jato – no Rio de Janeiro, em endereços localizados na capital fluminense, Petrópolis e Cabo Frio. As investigações miram o setor de compra e venda de petróleo e derivados da Petrobras.

    Cerca de 40 policiais cumpriram 14 ordens judiciais, sendo 12 mandados de busca e apreensão (7 na cidade do RJ, 1 em Cabo Frio e 4 em Petrópolis) e 2 ofícios para obtenção de dados telemáticos (virtuais) em Petrópolis. 

    Segundo informações da Polícia Federal em Curitiba (PR), também foram expedidas ordens para o bloqueio de recursos no valor do limite dos prejuízos identificados até o momento – cerca de R$ 17 milhões. As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal em Curitiba.

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    Os agentes deixaram a sede da PF, no centro da capital fluminense, por volta das 5h15, seguiram para bairros nobres e casas de alto padrão. Os policiais se dividiram principalmente entre Ipanema, Jardim Botânico e Gávea, na Zona Sul do RJ, e na Barra da Tijuca, Zona Oeste. A PF não informou o nome do alvo da operação.

    No Jardim Botânico, os policiais tiveram dificuldades para entrar no endereço pois os moradores do prédio – que não conta com porteiro – não queriam abrir a portaria. Os agentes acionaram um chaveiro e pularam o portão do condomínio. Os moradores ficaram assustados porque acharam que poderia se tratar de um golpe e chamaram a Polícia Militar. Após os esclarecimentos, a PF conseguiu entrar de fato no local por volta de 6h20. 

    Na Barra da Tijuca, policiais tentaram contato com os moradores de uma residência por volta das 6h, mas ninguém atendeu. Os seguranças do condomínio informaram que o casal que mora no local está em Portugal desde o início da pandemia do novo coronavírus, e a residência tem sido frequentada apenas por funcionários.

    Os agentes apreenderam computadores, celulares, pen drives e outras mídias digitais. Na casa de um dos suspeitos, diversas obras de arte foram recolhidas. A PF também apreendeu dinheiro em espécie: R$ 84.194,00, € 9.655,00 (cerca de R$ 58.152,00) e US$ 11.680,00 (cerca de R$ 62.741,46).

    Investigações

    As investigações da Operação Sem Limites II identificaram novos indivíduos que auxiliavam e faziam parte da organização criminosa criada com o intuito de lesar a Petrobras, principalmente em sua área de trading, onde são realizados negócios de compra e venda de petróleo, óleos combustíveis e derivados, entre outros, junto a empresas estrangeiras e destinadas às atividades comerciais da estatal.

    Os policiais descobriram que vários doleiros atuavam até 2018 no mercado paralelo de câmbio e ajudavam na remessa de propina que era paga por intermediários no exterior para agentes públicos corruptos no Brasil. 

    A PF também identificou titulares de contas no exterior em nome de empresas offshores. Por meio delas, profissionais do mercado paralelo de câmbio faziam transferências bancárias internacionais para a realização de operações “dólar-cabo” (sem o conhecimento de órgãos oficiais).

    A suspeita é de que parte dos valores de propina era destinada a alguns funcionários públicos em funções gerenciais estratégicas da Petrobras, como Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, onde eram realizadas as operações de trading.

    Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

    Operação Sem Limites

    A ação desta quinta é um desdobramento da 57ª fase da Operação Lava Jato, chamada Operação Sem Limites. Ela foi realizada em 5 de dezembro de 2018, no Paraná e no Rio de Janeiro.

    As investigações apontaram para a existência de um grupo criminoso atuante nas áreas de negociações de compra e venda de petróleo e de afretamento de navios para a Petrobras. O objetivo era obter vantagens indevidas para executivos. 

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