Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    MC Atrevida: Médico diz à polícia que tem qualificação para cirurgias estéticas

    Wilson Ernesto Galarza Jara prestou depoimento nesta segunda-feira

    Isabelle Saleme, da CNN, no Rio de Janeiro

    O médico responsável pelo procedimento estético feito pela cantora Fernanda Rodrigues, de 43 anos, a MC Atrevida, prestou depoimento nesta segunda-feira (03) na delegacia de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. Essa é a segunda vez que a polícia civil tenta ouvi-lo. Na semana passada, Wilson Ernesto Galarza Jara alegou ter tido um AVC e não compareceu no horário marcado. Nesta segunda-feira, ele chegou de cadeira de rodas e não quis falar com a imprensa. O advogado de defesa, Carlos Costa, informou que o cliente não está recuperado do acidente vascular cerebral, que aconteceu três dias após a cirurgia da cantora.

    Ao delegado André Neves, responsável pelas investigações, o médico disse que já realizou mais de quatro mil procedimentos cirúrgicos e que tem cursos que o qualificam para executar as cirurgias estéticas. A dúvida sobre a qualificação foi levantada porque no registro de Wilson Ernesto no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro não consta a especialização em cirurgia plástica e sim, apenas, em ginecologia. Toda a documentação desses cursos vai ser avaliada. O delegado, no entanto, não descarta a possibilidade de responsabilizar o médico criminalmente caso ele não comprove a aptidão para execução do procedimento.

    Leia e assista também

    Após morte de funkeira MC Atrevida, dona de clínica presta depoimento à polícia

    MC morre após realizar cirurgia de hidrolipo no RJ; especialista explica riscos

    O Conselho abriu sindicância, em paralelo à investigação da polícia civil, para apurar os fatos. Em nota, o CREMERJ destacou que existe uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que determina que os médicos que realizam lipoaspiração precisam possuir formação em cirúrgica em geral.

    Fernanda Rodrigues morreu no último dia 27, dez dias depois de se submeter a um procedimento estético de hidrolipoaspiração e enxerto nos glúteos. Segundo familiares e amigos, a paciente sentiu fortes dores depois do procedimento e chegou a procurar ajuda da Clínica Rainha das Plásticas, em Vila Isabel, onde fez a cirurgia — ainda de acordo com os familiares, não teve assistência alguma. O laudo do IML constatou que a MC Atrevida teve uma infecção generalizada causada por inflamação na pele. 

    Wânia Marcia Tavares da Silva, que se autointitula a “Rainha das Plásticas” já prestou depoimento. Ela assumiu ser dona da clínica e confirmou que Fernanda realizou o procedimento de hidrolipoaspiração no local com o médico Wilson Ernesto Garlaza Jara. Os demais profissionais que participaram  do procedimento estão sendo investigados, para comprovar se tinham autorização pra atuar. O estabelecido foi fechado pela Vigilância Sanitária. A Polícia Civil aguarda o laudo da perícia para verificar se tanto o estabelecimento, como o material usado na cirurgia eram adequados. O que já se sabe é que não havia recursos suficientes para contornar possíveis complicações nos procedimentos.

    Segundo a Polícia Civil, Wilson Ernesto tem ocorrências criminais registradas por apreensão de arma branca, fato atípico, injúria, estelionato, constrangimento ilegal e até por ato obsceno e importunação ao pudor. Procurado, o advogado do médico não retornou as ligações da reportagem.

    Tópicos