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    Capital paulista ainda não preenche todos os requisitos para nova fase

    Taxa de ocupação de leitos de UTI por pacientes com o novo coronavírus na capital é de 92%; para nova fase de quarentena, seria necessário 80%

    Raquel Landim e Pedro Duran Da CNN, em São Paulo

    Ao contrário do que vêm defendendo as autoridades da prefeitura e do governo estadual, a cidade de São Paulo ainda não preenche todos os requisitos exigidos para iniciar a flexibilização da economia.

    O problema está na taxa de ocupação de leitos de UTI por pacientes com o novo coronavírus. O indicador da capital nesta quinta-feira (28) é de 92%, enquanto o patamar exigido pelo governo estadual para a fase “laranja” fica entre 70% e 80%. 

    Nas últimas semanas, o melhor percentual atingido pela capital foi 85%. Pelos critérios estabelecidos pelo governo paulista, regiões com mais de 80% de ocupação de leitos de UTI devem ser incluídas na zona “vermelha”.

    Na fase “laranja”, a quarentena é menos rígida e está permitida a abertura de comércio de rua e shoppings, concessionárias de veículos, atividades imobiliárias e escritórios, enquanto na fase “vermelha” só funcionam as atividades essenciais.

    Questionado sobre o assunto, o secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, Edson Aparecido, disse à CNN que a cidade espera atingir no domingo o índice adequado de ocupação de UTI com a instalação de 380 novos respiradores disponibilizados pelo governo do Estado. 

    Se isso realmente ocorrer, a capital acabaria se encaixando no patamar exigido para a área “laranja” um dia antes do início das novas regras da quarentena. Mas esse indicador depende não só do número de respiradores, mas também da evolução de quadros graves da doença. 

    Pelas regras do chamado Plano São Paulo, regiões com taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 80% ficam na zona vermelha. O percentual é de 70% a 80% na área laranja, 60% a 70% na zona amarela, e abaixo de 60% na área verde.

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    A inclusão da capital paulista na zona “laranja” provocou polêmica, porque os municípios da região metropolitana foram considerados área “vermelha” e vão permanecer com uma quarentena mais rígida.

    Segundo fontes envolvidas no assunto, o prefeito Bruno Covas insistiu para que a capital tivesse o direito de flexibilizar a quarentena, porque já teria feito o “dever de casa” com a instalação de hospitais de campanha, entre outras ações. Ele teria chegado a ameaçar não participar da coletiva de anúncio do plano de reabertura.

    Fontes que acompanharam o embate dizem que, dos cerca de 600 respiradores disponíveis, o Estado decidiu enviar mais da metade – 380 aparelhos – para a capital paulista. A decisão faz sentido porque a maior parte dos infectados está na capital, mas também ajuda a classificar a capital paulista na “zona laranja”.

    Além da ocupação de leitos de UTI, existem mais quatro critérios para classificar as regiões do Estados: disponibilidade de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes e as relações entre novos casos, novas internações e óbitos nos últimos sete dias comparados com período imediatamente anterior. Esses últimos três indicadores avaliam o avanço da pandemia.

    Nos quatro critérios, a capital cumpre os requisitos da fase laranja, conforme os dados que a CNN teve acesso. Na última segunda-feira, quando foi elaborado o mapa apresentado na coletiva pelo governador João Doria, a razão de novos casos na capital estava em 1,17, enquanto o intervalo da fase laranja fica entre 1 e 2.

    A razão de novas internações na cidade de São Paulo estava em 1,08, portanto, dentro do interavalo de 1 a 1,5 da zona laranja. Para novos óbitos, o resultado atingido pela capital é de 1,29 – adequado para o patamar de 1 a 2 exigido. Por ser a maior cidade do país, São Paulo também alcança um indicador de disponibilidade de leitos de UTI por 100 mil habitantes de 11,39, o que seria suficiente para deixá-la na zona verde.