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    Passei pelo cantinho que o Senhor deixou, diz sobrevivente de desabamento no RJ

    Diarista viu laje cair e explosões de carro e moto em Rio das Pedras, na zona oeste da capital fluminense

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

    Mais de 15 horas depois do desabamento em Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, a diarista Maria Bernardete Augusto da Silva voltava para casa com duas sacolas de mercado na expectativa de recolher alguns pertences e roupas para passar a noite. Mas, com o prédio completamente interditado e sob risco de um novo desabamento, acabou saindo de lá com as sacolas vazias.

    Vizinha de frente das vítimas fatais do desabamento da última madrugada, Maria agradece a Deus por ter sobrevivido. “Não foi fácil não, foi muito difícil, mas nós conseguimos sair”, disse à CNN

    Você nem imagina o medo que nós tivemos, foi muito. Eu pensava que era o mundo que vinha acabando. Eu falei: 'Senhor, livra minha família, salva minha família'

    Maria Bernardete Augusto da Silva, diarista

     

    Maria conta que acordou com o barulho, tentou escapar do desastre e, junto com a família, achou uma fresta entre os escombros.

    Quando a gente terminou de passar pelo cantinho que o Senhor deixou pra gente, um carro explodiu, a moto que estava encostada também explodiu, só deu tempo de a gente passar e começou o fogaréu

    Mais adiante, outro obstáculo. “Quando eu desci a escada, quase no último degrau, eu senti a laje vindo na minha frente e eu voltei, aí passou, nós só víamos escuro, mas eu passei, graças a Deus”, disse aliviada.

    Convívio com os vizinhos 

    Todo mundo se conhecia na rua. Maria conta que os vizinhos tinham um bom convívio e que Nathan, que morreu na tragédia, era adorado pelas crianças da região. Ele tinha uma lan house que funcionava no andar térreo do prédio que desabou. 

    “Nathan era gente fina. Não tenho nem o que falar dele. A família toda. […] Era querido por todo mundo. Ele tinha uma lojinha de jogos, 10h as crianças vinham gritando: ‘Natan, Natan, vem abrir pra gente jogar’”, contou.

    Maria e outras 50 pessoas que amanheceram desalojadas não poderão dormir em suas casas nesta quinta-feira (3). No caso dela, por conta do buraco aberto na parede do edifício onde mora, provavelmente será preciso recomeçar a vida em outro lugar.

    A Prefeitura do Rio de Janeiro e o governo do estado dizem que estão prestando auxílio a 19 famílias, incluindo a dela.