Polícia aponta contradições e ‘falso testemunho’ em depoimento de Flordelis
Deputada é apontada como responsável pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, em 2019
O inquérito da Delegacia de Homicídios de Niterói e região apontou 33 observações ou contradições no depoimento de Flordelis de Souza. A deputada foi ouvida no dia 21 de maio. Para o delegado Allan Duarte, responsável pela investigação, a acusada prestou “falso testemunho” e apresenta “indisposição de colaborar com a justiça” no inquérito que investiga o assassinato de Anderson do Carmo em 2019. A produtora Thayana Araújo, da CNN, teve acesso exclusivo aos depoimentos e documentos da investigação.
Em depoimento, Flordelis afirma que passou os dias posteriores ao crime “sedada” e não se lembra de detalhes da semana. A polícia aponta que ela é acometida por isquemia cerebral (AVC). Porém, ela explicou, em detalhes, conversas com os filhos e transações da igreja que lidera, o Ministério Flordelis – Cidade do Fogo. Para o Ministério Público do Rio, a versão da deputada não é verdadeira. A intenção é se livrar da acusação de homicídio do marido. A deputada nega as acusações.
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Em outro momento do depoimento, Flordelis se contradiz sobre o cofre da casa. A polícia afirma que o cofre continha dinheiro em espécie. Incialmente, a acusada diz que somente ela e o marido tinham acesso ao local. Depois, afirma que os filhos Misael e André tinham a senha, em seguida, diz que o equipamento estava quebrado. Em outro momento, conta que a filha adotiva Marzy confessou roubar dinheiro do cofre pois ele estava aberto. Por fim, a pastora diz que o dinheiro estava em uma bolsa do pastor assassinado. Tanto a bolsa, contendo R$5 mil reais segundo a investigação, quanto o celular da vítima desapareceram e não foram mais localizados.
Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 tiros na garagem da casa onde morava com Flordelis e os filhos, em Niterói, no dia 16 de junho de 2019. O pastor tinha 42 anos e estava casado com a deputada havia 20. Denunciada e por ter imunidade parlamentar, a deputada não foi presa. Flordelis aguarda uma definição do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sobre a cassação do mandato.