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    Zema: situação financeira em Minas Gerais não permite testagem em massa

    O estado de Minas Gerais tem hoje mais de 13 mil casos confirmados de Covid-19 e 323 mortes

    Em entrevista à CNN, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta sexta-feira (5) que a situação financeira do estado não permite a testagem em massa, o que seria o ideal neste momento da pandemia do novo coronavírus para evitar a subnotificação de diagnósticos. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), neste momento ela pode ser de dez para um.

    Para Zema, “o ideal seria testarmos os 21 milhões de mineiros diariamente”, mas a “situação financeira extremamente grave” do estado dificulta esse processo. “Os poucos recursos que tínhamos no início da pandemia destinamos para a aquisição de respiradores e a ampliação de leitos de UTIs (unidades de terapia intensiva). Só agora temos ampliado os testes porque estamos recebendo do governo federal uma quantidade maior deste tipo de medicamento [em referência aos testes].”

    Minas Gerais tem hoje mais de 13 mil casos confirmados de Covid-19 e 323 mortes. Nessa quinta (4), o estado registrou um novo recorde: em 24 horas, 1.017 pessoas receberam diagnóstico positivo para a doença, segundo a SES-MG.

    “O ideal, eu sei, seria testes em massa. Mas [com] a situação financeira do estado, tínhamos que priorizar entre testar ou ter equipamentos para salvar vidas. Acabamos optando pelo segundo”, afirmou o governador, acrescentando que Minas Gerais recebeu 510 mil testes.

    Sobre os recursos repassados pelo governo federal, Zema disse que o valor será de R$ 3 bilhões, dividido em quatro parcelas de R$ 750 milhões. Ele afirmou que esse dinheiro não será destinado apenas ao setor de saúde, mas para pagar todas as despesas correntes, já que o estado teve uma queda na arrecadação avaliada em mais de R$ 1 bilhão.

    Flexibilização 

    Em meados de maio, Zema considerou que as medidas de flexibilização teriam que ser decididas pelos prefeitos. Hoje, o governador qualificou esta como “uma decisão correta porque Minas Gerais adotou medidas de isolamento com bastante antecedência com relação a outros estados”. “O prefeito sabe muito melhor do que eu qual é a realidade da cidade dele e ele têm protocolos de segurança para seguir para cada ramo de atividade”, destacou.

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    Zema disse que praticamente todas as atividades econômicas já estão em funcionamento no estado, com exceção daquelas que causam grandes aglomerações, como estádios de futebol, escolas e shoppings.

    Segundo ele, Minas Gerais – que representa 10% da população brasileira – tem cerca de 1% do número de mortos por Covid-19 registrados em todo o país. “Claramente, o trabalho aqui foi conduzido de forma mais adequada. Nada mais lógico do que fazer uma reativação da economia com muita segurança e muito critério”, disse. 

    O governador lembrou, no entanto, que, apesar da reabertura do estado às atividades econômicas, ainda pode haver um “recuo” nessa decisão, se houver um aumento expressivo no número de casos confirmados da doença em alguma região mineira.

    O político destacou que o estado reativou mais de 800 UTIs e inaugurou um hospital da campanha, há dois meses, com 768 leitos. “O sistema de saúde de Minas Gerais está muito mais adequado do que estava há 90 dias”, afirmou ele, acrescentando que a taxa de ocupação das UTIs hoje no estado é de 9,5%.

    Sobre a quarentena, ele disse que a população deve manter o isolamento, se puder, assim como o distanciamento social e as medidas de higienização para evitar uma segunda onda de contágio, o que poderia levar a uma situação “incontrolável”.

    Zema disse ainda que, no Vale do Aço, na cidade de Ipatinga e regiões próximas houve um crescimento no número de casos da doença nos últimos dez dias. Diante disso, afirmou que os prefeitos e secretários de saúde estão avisados que se não houver uma diminuição nessa curva, pode ser adotado “algo como lockdown” (bloqueio total das atividades).

    (Edição: Sinara Peixoto)