Governo do Pará exonera secretário Peter Cassol após operação da PF
Peter Cassol é responsável pelas despesas da Secretaria de Saúde; veja imagens de dinheiro apreendido na casa do secretário
O Governo do Estado do Pará exonerou o secretário adjunto de gestão administrativa de Saúde, Peter Cassol. A Polícia Federal apreendeu dinheiro na casa do secretário na manhã desta quarta-feira (10).
A ação faz parte do desdobramento da operação que investiga possível fraude na compra de respiradores no estado do Pará. Segundo o governo, a exoneração não tem relação com as consequências cíveis e criminais.
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Também na manhã desta quarta, a corporação fez buscas em casas de outras pessoas físicas e jurídicas suspeitas de participarem das fraudes. Dentre elas, estão servidores públicos estaduais e sócios da empresa investigada. A polícia está, neste momento, na sede do governo do Pará, casa do governador Helder Barbalho (MDB).
![Reprodução/CNN (10.jun.2020)](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/06/6658_E4B9B10DCB5B2E17.jpeg)
Segundo informações da PF, a compra dos respiradores custou ao Pará R$ 50,4 milhões. Desse valor, metade do pagamento foi feito de forma antecipada à empresa fornecedora dos equipamentos, sendo que os aparelhos, além de serem entregues com grande atraso, eram de modelo diferente do contratado e não serviam para o tratamento da Covid-19. Por isso, acabaram sendo devolvidos.
Em nota, o governo do Pará afirmou que apoia a operação da PF e que os recursos gastos na compra dos respiradores foram ressarcidos ao governo.
A Operação Bellum tem como objetivo apurar possíveis fraudes na compra de respiradores pelo governo do estado durante a pandemia do coronavírus.Bloq
Bloqueio de bens
O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou ter indícios veementes na responsabilidade do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), em cometimentos de crimes contra a Fazenda Pública. A suspeita é a de que houve crime na compra sem licitação de respiradores para serem usados na rede hospitalar do estado.
Ainda de acordo com a decisão, o governador do Pará negociou direta e pessoalmente a compra de respiradores sem licitação, com pagamento antecipado de R$ 25,5 milhões. A decisão aponta para indícios de crimes previstos na Lei de Licitações, prevaricação e corrupção passiva. Os bens do governador foram bloqueados pelo STJ.
(Edição: Marina Motomura)