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    Ibovespa pode bater os 130 mil pontos até o final do ano, projetam especialistas

    Última vez que o índice alcançou essa marca foi em junho de 2021

    Iasmin Paivada CNN , São Paulo

    O Ibovespa pode terminar 2023 acima dos 130 mil pontos, mas o cenário vai depender de fatores internos e externos da economia, conforme afirmaram especialistas à CNN.

    As projeções mais otimistas da XP Investimentos para o final deste ano é de um fechamento a 133 mil pontos do Ibovespa.

    Já o BTG Pactual avalia que ele pode alcançar os 129 mil pontos. Heitor De Nicola, especialista de renda variável da Acqua Vero Investimentos, pontua que essa estimativa foi feita no começo do ano e aborda os dados de uma forma quantitativa.

    A última vez que o índice bateu essa marca foi em 15 junho de 2021, quando fechou em 130.091 pontos.

    Paula Bento, sócia da HCI Invest, afirma que existem “boas possibilidades” de altas para o índice ainda este ano, principalmente por conta do atual momento da perspectiva de queda da taxa Selic, que traz fôlego para as negociações do mercado de capitais.  

    Mas esse elemento depende, também, da manutenção de uma inflação controlada no país, para que o ciclo monetário mantenha sua trajetória de afrouxamento até o fim do ano, conforme ressalta a especialista.

    Outro fator importante para sustentar o otimismo com o Ibovespa, dizem os especialistas, é o cenário de responsabilidade fiscal.

    Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital, destaca que a reforma tributária ainda deve trazer pontos importantes para o cenário fiscal, como o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP) e a taxação de dividendos. 

    “O governo precisa mostrar as fontes de receita que terão no próximo ano”, avalia o especialista.

    No cenário externo, o principal fator que pode influenciar o Ibovespa é o patamar dos juros nos Estados Unidos.

    “Temos visto dados de inflação mais controlados nos EUA, com isso devemos enxergar um movimento de queda nos juros americanos nos próximos meses, o que deve estimular o apetite ao risco dos investidores globais”, explica Lucas Fürst, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

    O especialista ainda menciona a valorização expressiva de ativos de commodities neste momento como um fator positivo, já que esse segmento tem uma participação importante no índice brasileiro.

    “Se, até o final do ano, nós tivermos um ambiente mais consolidado, com um cenário interno mais seguro – com menos risco, inflação e juros controlados – além de um mercado externo mais propício ao risco, nós temos o Brasil como um investimento atrativo de bolsa, porque estamos com valores muito descontados atualmente”, avalia Fürst.

    Projeções para 2024

    Os gestores de fundos entrevistados pelo Bank of America (BofA) para a edição de setembro da pesquisa LatAm Fund Manager Survey avaliam que o Ibovespa tem fôlego para chegar à faixa dos 130 mil e 140 mil pontos ao fim de 2024.

    Este é cenário apontado pela maior parte dos gestores consultados pelo BofA como o mais provável, conforme a Selic, a taxa básica de juros brasileira, siga sua rota de queda e dê início a uma migração de investidores da renda fixa para a renda variável.

    Para 45% deles, essa mudança das carteiras deve começar a acontecer de maneira significativa quando a Selic alcançar os 10%.

    A pesquisa também mostra que, desde a edição do mês anterior, quase dobrou o número de analistas acreditando em um crescimento da economia brasileira acima dos 2% neste ano: na edição de agosto, este era o cenário estimado por 47% dos gestores. No levantamento atual, 81% deles indicaram essa reposta.

    Para 2024, entretanto, a maioria projeta um crescimento do PIB brasileiro da ordem de 1% a 2%.

    A LatAm Fund Manager Survey entrevistou 31 gestores responsáveis por administrar fundos que, em conjunto, somam US$ 80,3 bilhões, ou o equivalente a R$ 394 bilhões.

    Veja também: Fitch eleva projeção de crescimento do PIB brasileiro para 3,2% em 2023

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