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    ‘Quero voltar a abraçar’, diz 1ª vacinada no Brasil

    A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, recebeu a primeira dose da Coronavac no domingo (17)

    da CNN, em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (18), a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, afirmou que não vê a hora da vida voltar ao normal. Ela recebeu, no domingo (17), a primeira dose da Coronavac em São Paulo, tornando-se a primeira pessoa a ser imunizada contra o novo coronavírus no Brasil

    “Ontem senti na pele que eu tenho uma representatividade muito grande. Recebi inúmeras mensagens, me parabenizando, dizendo que sou guerreira, corajosa, e tudo isso tem uma única causa, quero voltar a minha vida normal, quero voltar a abraçar”, falou Mônica.

    “Tem um tempão que não abraço minha avó. Ela tem 87 anos, então evito ir à casa dela justamente por trabalhar em duas unidades hospitalares. Não vejo a hora da minha vida voltar ao normal. Não só a minha, mas todos os brasileiros clamam por essa situação”.

    Mônica contou ainda que familiares tiveram Covid-19 e isso a “inspirou” a ser vacinada.

    “Eu tive problema de Covid-19 na minha família, e isso me inspirou mais ainda porque eu sei o quanto é a dor de ter um familiar com a doença e não saber se ele vai sair da doença ou não.”

     

    Intensivista Mônica Calazans, 54 anos, é a primeira brasileira vacinada no Brasi
    Intensivista Mônica Calazans, 54 anos, é a primeira brasileira vacinada no Brasil (17 jan 2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    Heroína do ano

    Mônica foi a vencedora do prêmio Notáveis CNN em 2020 pela sua luta contra o novo coronavírus. Ao receber o prêmio, ela se emocionou.

    “Eu não sei nem se essa palavra, heroína, cabe a mim. Falo por mim, por todos os profissionais de saúde que ainda estão na linha de frente e aqueles que não estão mais com a gente, que tentaram fazer um trabalho perfeito e foram arrebatados pela doença”, disse.

    No país com o maior número de enfermeiros vítimas da Covid-19 em todo o mundo, ela falou sobre como enfrenta a realidade da pandemia. A equipe da premiação acompanhou Calazans antes de ela saber que receberia o troféu.

    “Desde o início, eu estou na linha de frente. Eu tenho hipertensão, tenho diabetes e obesidade. Eu não sei por que eu não tenho medo. Não consigo explicar isso. É uma profissão em que você não pode ter medo”, contou a enfermeira.

    “Você segura a onda e tem que trabalhar. Você tem que segurar o seu psicológico. Na realidade, você não pode se abalar com tudo o que está acontecendo. Você tem que ser muito forte”, diz ela, que já perdeu quatro amigos para a Covid-19.

    “Eu me considero vencedora, porque desde o início eu estou me dando de peito aberto para cuidar das pessoas. Eu só tenho a agradecer”, revelou a enfermeira.

    Ao receber o troféu, Calazans dedicou a homenagem a duas colegas de trabalho e ao filho.

    “Quero dedicar a duas pessoas em especial. Uma delas é minha chefe, a Marli, enfermeira do Emílio Ribas. E a outra chefe é a Elizabete, enfermeira do outro hospital em que eu trabalho. Elas foram essenciais na minha vida nesse período. São pessoas admiráveis, pessoas ímpares”, contou.

     

    (Publicado por Sinara Peixoto)