Número de homicídios dolosos cresceu pelo 3º mês seguido em abril, aponta MJSP
O número de vítimas de homicídios dolosos foi de 3.460 em abril de 2019 para 3.825 no mesmo período em 2020, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública
O número de homicídios dolosos no Brasil cresceu pelo terceiro mês seguido em relação ao mesmo período em 2019. É o que mostra o relatório mais atualizado da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
O balanço aponta que, no mês de abril, foram registrados 3.562 homicídios no país, ante 3.285 em 2019. Os dados do MJSP sempre são atualizados com três meses de atraso e são coletados diretamente com os estados. Já o número de vítimas de homicídios dolosos foi de 3.460 em abril de 2019 para 3.825 no mesmo período em 2020. Os dados foram tornados públicos nesta segunda-feira (17).
É a terceira vez no ano em que há alta neste tipo de crime. Em março, foram registrados 3.841 homicídios, ante 3.368 em 2019, e em fevereiro, foram 3.659 casos, ante 2.971 em 2019. Em janeiro, os números deste ano foram menores – 3.473 em relação a 3.502 homicídios dolosos em janeiro do ano passado.
A alta é puxada principalmente pelo estado do Ceará, que viu o número de homicídios dolosos mais do que dobrar no período (104%). Foram registrados 1.417 homicídios dolosos até abril, ante 694 em 2019 no mesmo período.
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Conforme a CNN revelou no mês passado, o governo federal já previa que a crise econômica gerada pelo novo coronavírus poderia provocar alta em crimes no país. O documento, usado para pedir um empréstimo ao Banco Mundial, afirmou que haveria uma queda momentânea nos crimes contra a pessoa e contra o patrimônio por causa da redução drástica na circulação de pessoas, mas que este cenário mudaria ao longo dos meses.
Os dados mostram que alguns tipos de crimes tiveram redução em abril, se comparado com o mesmo período no ano anterior. O número de estupros caiu de 3.310 para 2.532; o de roubo de veículos foi de 16.435 para 11.741 e o de roubo de carga, de 1.519 para 971.
Em nota, o governo do Ceará afirmou que já efetuou 8.858 prisões/apreensões qualificadas em flagrante por homicídios, latrocínios e lesõeos seguidas de morte, tráfico de drogas, roubo, porte, posse e comércio de armas de fogo no Ceará.
A pasta afirmou que adotou como estratégia o Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos, com 32 bases em microterritórios de Fortaleza e Região metropolitana. O programa analisa 70 indicadores, como estatísticas de homicídio dos últimos quatro anos, e indicadores socioeconômicos, com um trabalho com outros órgãos para revitalização e urbanização dos locais, “além de proporcionar projetos sociais com música e esporte, que atendam à população mais vulnerável.”