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    Partidos disputam na Justiça vaga de deputado da Alerj, que morreu de Covid-19

    Eurico Júnior, que trocou o PV pelo PSC em abril, está tendo a posse contestada por infidelidade partidária

    Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro

    A morte do deputado estadual João Peixoto (DC), aos 75 anos, o segundo parlamentar da Alerj a morrer vítima de Covid-19 desde o início da pandemia, abriu uma disputa por sua vaga no Palácio Tiradentes.

    O primeiro suplente, Eurico Júnior, foi convocado pela Mesa Diretora da Alerj e assinou o termo de posse nesta segunda-feira (5). Na eleição, ele era do PV e integrava a mesma coligação que João Peixoto, mas mudou de partido.

    Agora, Eurico é filiado ao PSC e é candidato a prefeito da cidade de Vassouras, município do centro-sul fluminense.

    O Democracia Cristã (DC) entende que Eurico Junior rompeu a fidelidade partidária e perdeu direito ao mandato. O partido quer que o segundo suplente, o ex-deputado estadual Rafael do Gordo, assuma o mandato.

    Rafael tem reduto eleitoral em São Gonçalo, na região metropolitana. Caso ele assuma, o DC seguirá tendo dois assentos na Alerj.

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    “Entendemos que, ao mudar de partido, Eurico Júnior cometeu infidelidade partidária e não poderá assumir o mandato. Eu não tenho nada pessoalmente contra o Eurico Júnior, mas preciso defender os interesses do DC”, disse o deputado estadual Marcelo Cabeleireiro, presidente do partido no Rio.

    Marcelo afirmou que o DC vai entrar na Justiça com um pedido de liminar, a fim de impedir a sessão solene de posse de Eurico Júnior, prevista para esta terça-feira (6), no plenário da Alerj.

    Com a assinatura do termo de posse por Eurico Júnior, ele se tornou o quinto integrante da bancada do PSC no parlamento, o partido do governador afastado Wilson Witzel e do governador interino Cláudio Castro.

    O partido passa a ter a segunda maior bancada da casa, atrás apenas do PSL, que tem nove deputados, e empatado com PSD e PSOL. 

    ‘Ninguém contestou’

    À CNN, Eurico Júnior afirma acreditar não haver nenhuma irregularidade no processo.

    “Eu era primeiro suplente e fui diplomado. Deixei o PV em quatro de abril, para me organizar para a prefeitura de Vassouras. O prazo para contestações durava um mês. E ninguém contestou. Partido, suplente, Ministério Público, ninguém Então, agora, não há nenhum impedimento para que eu tome posse”, disse.

    Como ele é candidato a prefeito de Vassouras, o DC pode ter seu pleito atendido, mesmo que perca a disputa na esfera da Justiça Eleitoral.

    Caso Eurico vença a eleição na sua cidade, ele precisará renunciar ao mandato de deputado e Rafael do Gordo será o próximo na fila para assumir.

    Em maio, o deputado estadual Gil Vianna (PSL) foi o primeiro da Alerj a morrer de Covid-19. Ele tinha 54 anos. Assim como Peixoto, Viana também tinha reduto político em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Na ocasião, quem assumiu o mandato foi o primeiro suplente, o médico Pedro Ricardo, de Saquarema, Região dos Lagos.

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