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    Mendonça causa incômodo no Ministério da Justiça ao dizer que não entende como Planalto foi invadido

    Ministro do STF afirmou que "o Brasil quer ver os vídeos do Ministério da Justiça”; Alexandre de Moraes rebateu

    Gabriela Pradoda CNN , Brasília

    As afirmações do ministro do André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Brasil e ele próprio gostariam de ver as imagens do prédio do Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro causaram incômodo na pasta.

    Para interlocutores do ministro Flávio Dino, a fala de Mendonça não foi condizente com a postura do cargo que ele ocupa no STF. A fala foi durante o julgamento dos primeiros acusados dos atos golpistas de 8 de janeiro.

    “Eu fui ministro da Justiça. Em todos esses movimentos de 7 de Setembro, como ministro da Justiça, eu estava de plantão, com uma equipe à disposição, seja no Ministério da Justiça, seja com policiais da Força Nacional, que chegariam em alguns minutos para impedir o que aconteceu. Não consigo entender como que o Planalto foi invadido da forma que foi invadido”, disse.

    A declaração foi prontamente rebatida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    “Claramente a Polícia Militar [do Distrito Federal], que é, e eu também fui ministro da Justiça, e sabemos nós dois que o Ministério da Justiça não pode utilizar a Força Nacional se não houver autorização do governo do Distrito Federal, porque isso fere princípio federativo.”

    Daí em diante, virou bate-boca:

    Mendonça: “Não em relação aos prédios federais.”

    Moraes: “Mas não em relação à Praça dos Três Poderes. É um absurdo, com todo respeito, vossa excelência querer falar que a culpa do 8 de janeiro foi do ministro da Justiça. É um absurdo.”

    Mendonça: “Vossa excelência que está dizendo isso. Eu queria, o Brasil quer ver esses vídeos do Ministério da Justiça.”

    Moraes: “O ex-ministro da Justiça que sucedeu vossa excelência fugiu para os Estados Unidos, fugiu.”

    Mendonça: “Não sou advogado nem de ‘A’, nem de ‘B’.”

    Moraes: “Vossa excelência vem no plenário do Supremo Tribunal Federal, que foi destruído, para dizer que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo? Tenha dó.”

    Mendonça: “Não coloque palavras na minha boca. Tenha dó vossa excelência.”

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro pediu as gravações das câmeras de segurança do Ministério da Justiça. No entanto, a CNN apurou que os registros ficam armazenados por 15 dias. O pedido foi feito sete meses depois dos atos criminosos.

    A CNN entrou em contato com a assessoria de André Mendonça para comentar a repercussão da fala dele no Ministério da Justiça, mas ainda não houve retorno.

    Veja também: Rosa Weber segue Moraes e encerra julgamento de primeiro réu do 8/1

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