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    Alimentos frescos predominam no padrão alimentar nacional, aponta IBGE

    Pesquisa sobre hábitos de consumo dos brasileiros indica que 49,5% das calorias totais consumidas no país são de alimentos in natura

    Gustavo Lago, , da CNN, no Rio de Janeiro

    A Pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgada nesta sexta-feira (3), avalia a condição nutricional da população brasileira, a partir dos alimentos disponíveis nos domicílios, e revelou que quase metade (49,5%) das calorias totais disponíveis nos domicílios brasileiros provém de alimentos “in natura” ou minimamente processados.

    Segundo o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], o cenário varia de acordo com a região do país. Nas Regiões Norte e Nordeste, no meio rural e entre famílias com menor renda, os alimentos “in natura” ou minimamente processados ocupam mais de 75% – o maior índice de todo o Brasil.

    Já nas Regiões Sul e Sudeste, entre as famílias com maior renda, os alimentos considerados “in natura” ou minimamente processados e ingredientes culinários processados ainda estão em destaque. No entanto, 20% das calorias ingeridas por estas famílias são provenientes de alimentos ultraprocessados.

    Diferente do que acontece nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Neste cenário, os alimentos ultraprocessados correspondem, respectivamente, a 11,4%, 14,4% e 16,6% do total de calorias consumidas pelas famílias.

    A pesquisa dos hábitos de consumo dos brasileiros é referente ao ano 2017-2018.

    Grupos alimentícios

    Durante os 12 meses da pesquisa, descobriu-se que as famílias brasileiras abastecem suas casas com os alimentos, na seguinte ordem: Bebidas e infusões (52,475 kg), Laticínios (32,211 kg), Cereais e leguminosas (27,757 kg), Frutas (26,414 kg), Hortaliças (23,775 kg) e Carnes (20,762 kg).

    Também houve uma mudança de comportamento, quando comparado com o balanço referente ao período de 2002-2003. Segundo foi apurado, o brasileiro reduziu o consumo de arroz em -37%; e o de feijão em -52%.

    Segundo o IBGE, o critério de avaliação desta pesquisa utiliza como base de referência as recomendações de órgãos nacionais e internacionais especializados em alimentação e nutrição.

    Cai consumo do prato típico brasileiro

    Em 16 anos de análise (2002 a 2018), descobriu-se que as famílias estão consumindo menos arroz e feijão e abrindo o cardápio para inclusão de ovos.

    Segundo o analista da pesquisa, José Mauro de Freitas, a redução na compra do arroz e do feijão é bastante significativa e pode ter vários motivos, como o aumento da alimentação fora de casa e as mudanças de hábitos alimentares. “Questões econômicas como a variação de preços e da renda também são importantes e devem ser consideradas”, afirmou.

    Leite e farinhas também estão nesta lista de redução. Outros exemplis de queda são o consumo da farinha de mandioca (-70%) e da farinha de trigo (-56%). Já o leite registrou queda de 42% entre os brasileiros. O consumo de açúcar cristal caiu metade. Antes, o brasileiro comprava cerca de 12 quilos do produto por ano. Agora, são 6 quilos.

    O IBGE também registrou o aumento do consumo de diversos produtos. Ficando em primeiro lugar os ovos (+94%), seguido pelos alimentos preparados e misturas industriais (+56%), pelas bebidas alcoólicas (+19%) e ´pelas bebidas não alcoólicas (+17%).

    Metodologia

    A avaliação da disponibilidade domiciliar de alimentos foi feita com base na classificação NOVA, que divide os alimentos segundo a extensão e o propósito do processamento industrial a que foram submetidos antes de sua aquisição.

    A classificação compreende quatro grupos: alimentos in natura ou minimamente processados (obtidos diretamente de plantas e animais), ingredientes culinários processados (substâncias extraídas do grupo anterior e usadas em preparações culinárias), alimentos processados (fabricados com a adição de itens dos dois grupos anteriores) e alimentos ultraprocessados (fabricados com vários ingredientes e usando técnicas industriais).

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