Bombeiro preso no caso Marielle tem estilo de vida incompatível com sua renda
Desde o início das investigações, já foram efetuadas 66 prisões relacionadas ao caso
O bombeiro Maxwell Simões, preso na quarta-feira (11) suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), tem um estilo de vida e bens incompatíveis com seus rendimentos, acredita a polícia civil do Rio. Desde o início das investigações, já foram efetuadas 66 prisões relacionadas ao caso.
Simões foi preso em uma casa em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes onde o aluguel gira em torno de R$7000. O bombeiro tem um apartamento na Barra da Tijuca avaliado em R$ 2 milhões. Moradores do condomínio, com unidades de 170 metros quadrados, dizem que só o condomínio custa R$2000.
Como sargento do Corpo de Bombeiros, Simões tem um rendimento mensal de R$4.400 líquidos, o que chamou a atenção dos investigadores.
Os agentes da polícia civil também apreenderam uma BMW X6 no valor de R$170 mil. O bombeiro já teve outros carros de luxo, inclusive um Porsche Cayenne avaliado em R$ 300 mil .
Daniel Rosa, o delegado responsável pela prisão, disse que não há dúvidas na ligação entre o bombeiro de 44 anos e Roni Lessa, preso e acusado de ter matado Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Segundo Antônio Ricardo, diretor do departamento de homicídio do Rio de Janeiro, a prisão de hoje reforça a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de deixar o caso com a Polícia Civil. Segundo ele, já está claro que o bombeiro teve envolvimento direto no descarte das armas.
Suel, como é conhecido o bombeiro, teria emprestado seu carro para esconder as armas de Roni Lessa dias depois do crime.
A Polícia Civil acredita que conseguirá chegar nos mandantes do crime agora que conseguiu prender mais uma pessoa envolvida diretamente no caso. E espera que até dezembro o caso Marielle seja finalizado.