Prefeito de Mongaguá sobre restrições: Quero evitar que passem pelo mesmo que eu
Márcio Melo Gomes chorou durante live ao contar sobre mortes do pai e irmão por Covid-19 após ser criticado por adoção de medidas restritivas na cidade paulista
Prefeito de Mongaguá (SP), Márcio Melo Gomes (Republicanos) disse à CNN que o desabafo sobre as mortes do pai e do irmão, vítimas da Covid-19, foi para evitar que os moradores do município passem pelo mesmo que ele e sua família. Durante transmissão ao vivo na terça-feira (30), Gomes chorou ao responder críticas sobre a adoção de medidas restritivas na cidade do litoral paulista.
Em entrevista nesta quinta-feira (1º), o prefeito contou que estava “totalmente destruído emocionalmente” no momento da live, mas não quis cancelá-la pela importância de alertar a população sobre os riscos da doença. “Foi um desabafo para mostrar para as pessoas o que pode acontecer com qualquer um. Se todos se ajudarem, talvez não vão passar pelo que eu e minha família estamos passando”, disse Gomes.
As nove cidades da Baixada Santista decidiram adotar uma política de lockdown no último dia 23, com o objetivo de conter as contaminações e as mortes por Covid-19, além da preocupação com a ida de turistas para o litoral durante os feriados antecipados na cidade de São Paulo. “Tomamos uma decisão mais dura, mas com a real necessidade de preservar a vida das pessoas”, afirmou o prefeito. “Fazemos uma luta contra o vírus e não contra as pessoas e o comércio.”
Segundo o político, nenhuma pessoa morreu por Covid-19 no primeiro ano de pandemia nas unidades de saúde de Mongaguá, mas, em apenas 20 dias do último mês, foram 15 mortes pela doença. “Oxigênio, a gente trocava três vezes por semana 18 cilindros; agora, trocamos 49 vezes na semana. [Quis] mostrar essa gravidade, da ameaça de falta de oxigênio, de medicação para pessoas que estão intubadas”, afirmou. “Começa a bater o desespero do gestor público e, também, do lado familiar.”