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    Em março, Jairinho disse a vereadores que acusações eram ‘loucura sem tamanho’

    Dr. Jairinho disse ser alvo de perseguição e investigação de atos do passado que possem incriminá-lo

    Pedro Duran, da CNN, no Rio de Janeiro

    A reportagem da CNN teve acesso a mensagens enviadas por Dr. Jairinho a vereadores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para tentar se defender das acusações de que participou da morte do filho de sua namorada, o menino Henry Borel, de 4 anos. Nas mensagens enviadas no dia 23 de março, duas semanas após a morte do menino, ele diz que o caso se trata de uma ‘’loucura sem tamanho’’ e que sua vida estava sendo ‘‘destruída gratuitamente’’. Ele reclama de ‘‘pré-julgamentos’’ e diz que é uma ‘‘testemunha’’.

    “Parte da mídia e o pai do Henry estão querendo retratar um perfil meu que todos que me conhecem, inclusive uns na câmara a (sic) mais de 20 anos, que sabem que é impossível de ser verdade”, diz. “Acho tudo isso uma loucura sem tamanho. Sou testemunha por estar (sic) no local de algo que nunca imaginava passar na minha vida! E ainda por cima passando por pré-julgamentos”, completa.

    Nas mensagens disparadas aos vereadores, Jairinho escreve como se estivesse falando com cada um deles. “Boa tarde. Você sabe dessas loucuras que estão sendo veiculadas na mídia. Estão revirando minha vida desde quando eu nasci. Indo atrás de ex-namorada, adversários políticos etc. etc. etc.”, diz uma das mensagens.

    Vereadores consultados pela CNN confirmaram o conteúdo das mensagens e disseram que ficaram surpresos com a prisão. Jairinho foi líder dos governos de Eduardo Paes e Marcelo Crivella e tinha bom trânsito na Câmara dos Vereadores, tanto que foi escolhido como presidente da comissão mais importante a de Redação e Justiça, equivalente à CCJ.

    “Passo essa mensagem para dizer que no final disso tudo, eu tenho certeza de que tudo ficará claro. Mas até lá minha vida está sendo destruída gratuitamente. Obrigado. Desculpe o desabafo”, diz ele.

    Por colegas que não quiseram se identificar, o parlamentar foi descrito como ‘’sedutor’’ e ‘’carinhoso’’. Antes da pandemia, ele tinha o hábito de abraçar os colegas e ser bastante acolhedor com os mais novos, segundo os próprios vereadores. No fim das mensagens, Dr. Jairinho se coloca à disposição, mesmo continuando o trabalho de forma ‘’híbrida’’, por conta dos novos protocolos decididos para conter a circulação do coronavírus.

    A CNN entrou em contato com a defesa de Dr. Jairinho e aguarda um posicionamento.

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