Bahamas devolve ao Brasil cerca de R$ 65 milhões do doleiro Dario Messer
Messer operava mais de 3 mil offshores, empresas e contas bancárias usadas para lavar dinheiro no exterior, que agora começam a repatriar o dinheiro do doleiro
Os cofres públicos brasileiros receberam nesta segunda-feira (19) U$S 11.902 milhões – cerca de R$ 65 milhões – do doleiro Dario Messer que estavam em uma conta nas Bahamas.
É o primeiro pagamento que a Justiça brasileira vai receber dos cerca de R$ 1 bilhão devolvidos pelo doleiro Dario Messer no acordo de colaboração fechado em agosto deste ano.
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O dinheiro foi repatriado por meio da Caixa Econômica Federal, como mostra um documento ao qual a CNN teve acesso com exclusividade.
Para o dinheiro entrar na conta judicial, é necessária a conversão dos valores em reais, o que depende de uma ordem da Justiça. Nesse caso, a solicitação foi encaminhada ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Os U$S 11.902 milhões estavam em uma conta do Deltec Bank, nas Bahamas, em nome da offshore Hernandaria. Segundo as investigações, a offshore tem Messer como beneficiário.
A quantia milionária que estava no exterior entrou nos cofres públicos antes dos valores em que Messer declarou ter no Brasil. Mas os procuradores estão otimistas sobre a recuperação desse dinheiro em breve, pois ele já está bloqueado judicialmente.
Confira a lista de bens devolvidas por Dario Messer:
Os seguintes valores e bens foram declarados pelo COLABORADOR em “Anexo Patrimonial” e serão perdidos em favor da União:
a) R$ 58.892.213, valor equivalente a U$ 11.684.963,00 sendo este valor aproximado mantido no Deltec Bank, em Bahamas;
b) R$ 3.170.472,93 de valor mantido no Banco Bradesco, em conta bancária de titularidade de Dario Messer;
c) R$ 2.520.000,00, valor equivalente a US$ 500.000,00; (quinhentos mil dólares), saldo aproximado mantido no Banco BASA, no Paraguai, de titularidade do Dario Messer;
d) 20.000.000,00, valor estimado da meação da cobertura localizada na Avenida Delfim Moreira, Leblon, Zona Sul do Rio;
e) 99% das cotas sociais que o COLABORADOR é detentor das empresas Greenwood, Beliver, Doucet e Blostock Empreendinientos Imobiliários. O valor total aproximado das empresas é de R$ 83.800.000,00
f) 99,99% das cotas sociais que o COLABORADOR é detentor da empresa CHAI S.A., que dispõe do patrimônio de R$ 604.800.000,00, valor equivalente a U$ 120.000.000,00, valor estimado dos imóveis, automóveis, máquinas agrícolas, e animais da empresa, localizada no Paraguai, que possui diversas fazendas de criação de gado e plantação de cana de açúcar e eucalipto;
g) 99,91% das cotas sociais que o COLABORADOR é detentor da empresa MATRIX S.A., que dispõe do patrimônio de R$ 151.200.000,00, valor equivalente a U$ 30.000.000,00, valor estimado dos imóveis e automóvel da empresa, empresa localizada no Paraguai; proprietária de dezenas de terrenos e imóveis urbanos e rurais
h) R$ 30.240.000,00, valor equivalente a U$ 6.000.000,00, sendo tal valor estimado da Fazenda Tournon, localizada no Paraguai, com 3.000 hectares de extensão;
i) R$ 10.080.000,00, valor equivalente a U$ 2.000.000,00, sendo tal valor estimado de um apartamento localizado em Nova lorque/USA;
j) 14 quadros, sendo 5 (cinco) quadros de autoria de Lia Mittarakis (“sem título”), 5 (cinco) quadros de autoria de E. P. Sigaud (“sem título’) e 4 (quatro) quadros de autoria de Di Cavalcanti (“Grafite”, “Figura feminina e gato”, “Duas figuras femininas com flor” e “Seis figuras femininas”).