Contrato de compra de coletes para intervenção no RJ havia sido suspenso e dinheiro, devolvido, diz general responsável
Laelio Soares de Andrade ocupou o cargo de secretário de administração do gabinete federal do Rio de Janeiro e era o responsável pelas licitações para os equipamentos adquiridos para a intervenção decretada no estado, na época do governo Michel Temer
O general Laelio Soares de Andrade disse à CNN que o contrato para a compra de coletes a prova de balas para a intervenção federal do Rio de Janeiro foi suspenso.
Ele garantiu que o negócio foi desfeito e o dinheiro devolvido aos cofres públicos.
Andrade ocupou o cargo de secretário de administração do gabinete federal do Rio de Janeiro e era o responsável pelas licitações para os equipamentos adquiridos para a intervenção decretada no estado, na época do governo Michel Temer.
As declarações do general vão na mesma linha do general Braga Netto, ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, que hoje teve o sigilo telefônico quebrado pela Polícia Federal.
Braga Netto era o interventor no Rio de Janeiro.
A CNN teve acesso a um documento em que o chefe de gabinete de intervenção do Rio de Janeiro, Antonio Carlos de Souza, determina “a suspensão da execução do termo de contrato celebrado em 31 de dezembro de 2018 entre o Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro e a empresa CTU SECURITY LLC, CNPJ/SIAFI número EXl 107462”.
O documento justifica a suspensão do contrato ao dizer que o objetivo é “apurar a ocorrência de irregularidades nas informações e documentos fornecidos pela contratada nos autos da Dispensa de Licitação número 2712018 (Processo Administrativo no 00144.0016 43/2018-73), referente a suposta ocorrência de falsificação de documento e uso indevido de certificações pertinentes à empresa APPLIED FIBER CONCEPTS INC (AFCI)”. O documento foi despachado em 26 de julho de 2019.
A PF deflagrou hoje (12) uma operação que investiga superfaturamento em um contrato de R$ 36 milhões para a compra de 9.360 coletes a prova de balas da empresa americana CTU Security LLC pelo gabinete de intervenção federal do Rio de Janeiro.
Segundo o general ouvido pela CNN, o contrato chegou a ser assinado, os dólares foram comprados, mas depois verificou-se uma falsificação nos certificados dos coletes.
Ele afirma que o contrato foi suspenso, a empresa recorreu, mas o governo Temer manteve a suspensão e o dinheiro foi devolvido ao erário.
“O TCU nos ajudou em todo o processo”, disse Andrade.
Segundo apuração do analista da CNN Leandro Resende, o TCU verificou super faturamento nos valores a serem pagos.
O parecer é sigiloso e foi arquivado. A Controladoria Geral da União investiga a CTU Security na Lei Anticorrupção.
A CNN procurou a Polícia Federal, que não se manifestou.