Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Defesa de Witzel questiona no STF escolha de procuradora da PGR para impeachment

    Advogados do governador do Rio dizem que é preciso seguir o conceito de 'garantia do promotor natural' e defendem a realização de sorteio entre procuradores

    Stéfano Salles, , da CNN no Rio de Janeiro

    A defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), apresentou mais um questionamento ao Superior Tribunal Federal (STF) no processo que avalia o pedido de impeachment do governador.

    A defesa diz que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não poderia ter distribuído internamente o processo para a subprocuradora-geral da república Lindôra Maria Araújo, por uma questão de obediência ao conceito de “garantia do promotor natural”, e defende a realização de sorteio. 

    O documento diz que Lindôra é integrante “do grupo de procuradores que tratam da Operação Lava Jato e que está à frente do inquérito criminal atualmente em curso perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) no qual se apura atos supostamente praticado pelo reclamante e outros indiciados”. 

    Lindôra foi a subprocuradora-geral da república responsável por apresentar, no dia 6 de agosto, o pedido de soltura do ex-secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos. 

    Assista e leia também:

    Witzel questiona STJ sobre suposto pedido da PGR para afastá-lo do cargo
    Witzel exonera presidente do Ipem após servidores serem presos por extorsão

    A recomendação foi acatada pelo relator do caso no STJ, ministro Benedito Gonçalves. Edmar fechou um acordo de delação premiada. Lindôra disse na ocasião que a PGR já tinha provas que colocariam Witzel “no vértice da pirâmide” de um suposto esquema de corrupção.

    Wilson Witzel
    Defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), questionou no STF escolha da subprocuradora-geral Lindôra Maria de Araújo para processo de impeachment
    Foto: Adriano Ishibashi – 26.mai.2020/Estadão Conteúdo 

    Semana de definições

    A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde o impeachment de Witzel é avaliado, deve dar andamento ao processo nesta semana. 

    A mesa diretora aguarda uma resposta do STF sobre o pedido de reconsideração apresentado, no qual pede ao ministro Alexandre de Moraes a revogação da liminar concedida pelo presidente do órgão, Dias Toffoli, em agosto. A resposta é esperada para a segunda-feira (17).

    Durante o recesso, Toffoli, que respondia pelo plantão do Supremo, dissolveu a Comissão Especial do Impeachment e anulou todos os seus atos. Moraes aguarda a posição da PGR para se manifestar. Caso a liminar seja mantida, a Alerj dará início imediato à formação de uma nova comissão.  

    Presidente da Alerj, o deputado estadual André Ceciliano (PT) entende que, depois de formada, uma nova comissão pode definir o futuro do processo em duas semanas. “São dez sessões de prazo, é só convocar mais sessões. Duas semanas, de segunda a sexta-feira, resolveriam. Não precisaria de alteração regimental”, explica. 

    Assista e leia também:

    Novo articulador de Witzel diz que sua missão não é salvá-lo de impeachment
    Alexandre de Moraes pede manifestação de Aras sobre impeachment de Witzel

    Em uma eventual nova comissão, os partidos com mais representantes no parlamento estadual terão mais assentos, diferente de antes, quando cada legenda tinha apenas um membro

    A tendência é que, em boa parte, o formato anterior da comissão seja preservado. Isto inclui a eleição do presidente da comissão anterior, Chico Machado (PSD), e do relator Rodrigo Bacellar (Solidariedade). 

    O novo formato, com 39 membros, tinha sido decidido uma semana antes, em reunião do Colégio de Líderes. No entanto, é pouco provável que essa seja a última batalha jurídica. Fontes ligadas ao Palácio Guanabara entendem que a Lei Federal 1079/50, que regula o processo de impeachment por crimes de responsabilidade, é um “queijo-suíço”. 

    Formulada especificamente para casos de impedimentos presidenciais, ela deixaria muitos buracos com relação aos casos de prefeitos e governadores. Assim, para aliados do governador, a tendência é que os advogados voltem a questionar outros pontos da lei.

    Nas últimas semanas, André Moura, que reassumiu a Secretaria Estadual da Casa Civil dois meses após ser exonerado, tem conversado com os deputados estaduais, em uma tentativa de aproximar o governo da Alerj e de tentar reverter a situação política de Witzel. 

    A situação é delicada e, desde 29 de maio, o governo não tem um líder na Alerj. Foi nessa data que Márcio Pacheco (PSC) entregou o cargo. Desde então, a função foi oferecida para diversos parlamentares e todos a recusaram.

    Tópicos