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    Escolas no topo do Enem contam como tentam manter qualidade com pandemia

    A CNN tabulou dados do Enem 2019 e fez um ranking com 5.601 escolas segundo a média objetiva e a média com a redação; veja posição da sua escola

    Cecília do Lago, Luiz Fernando Toledo e Caroline Louise , Da CNN, em São Paulo e em Belo Horizonte

    Em meio à pandemia e à total indisponibilidade das aulas presenciais, colégios com as mais altas notas na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm se desdobrado para manter o nível de qualidade do ensino e garantir que os alunos consigam se sair bem na próxima edição do exame, que vai ocorrer nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021

    No colégio Bernoulli, escola privada de Belo Horizonte (MG) que está entre as melhores médias do país em 2019, com 702,01 de média objetiva (não inclui redação), mais de 2,5 mil videoaulas já foram gravadas pelos professores, além de aulas online. O colégio também disponibilizou serviço de psicologia educacional, monitoras, simulados, análise de desempenho e correção de redação online.

    O diretor do grupo Bernoulli, Rommel Domingos, disse que houve um trabalho didático muito pesado para que profissionais pudessem reinventar a forma de ensino e que a escola criou estúdios de gravação, com vários equipamentos para que os professores possam gravar as aulas, mas a decisão de sair de casa é de cada profissional. ”Felizmente, depois de algumas semanas, a eficiência aumentou muito, os alunos se acostumaram mais e todos aprenderam com esse processo.”

    Com receio de sair de casa, o professor de sociologia e filosofia Vinny Costa preferiu criar um estúdio próprio. Um cômodo da casa que não tinha função agora passou a ser fundamental para ele. “A gente cria mecanismos de contato com o aluno também fora das aulas. Um blog, nas redes sociais… Funcionamos como terapeuta às vezes, como psicólogo. Tentamos abraçar esse aluno sem ser no contato presencial. A gente reinventou a roda. Mudamos a tecnologia e a prática pedagógica. Esse ano vai ser muito desafiador”, diz. 

    No Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), escola pública entre as melhores do país no Enem, adaptações com câmeras, microfones e computadores foram feitas para que os professores passaram a ter a opção de fazer aulas de dentro do colégio, para que pudessem usar a lousa e giz.

    “Queremos ter uma estrutura mais próxima da que o professor tinha antes”, diz o diretor Valmir Aita. Eles se revezam para gravar as aulas, para evitar aglomerações. Para amenizar problemas com acesso à internet, a escola ofereceu uma bolsa de R$ 60 aos estudantes para que contratassem planos.

    Também está em estudo na área jurídica a possibilidade de emprestar computadores, pois parte dos alunos não tem computador em casa e está assistindo às aulas pelo celular. “Temos de pensar nessas medidas porque não dá mais para esperar o presencial. Essa situação pode perdurar até o fim do ano”, comentou o diretor.  Mesmo com as medidas, a escola diz que só deve concluir um semestre neste ano e o segundo ficaria só para 2021. Outro problema tem sido com as avaliações, que ainda não estão bem definidas. 

    A CNN tabulou os microdados do Enem 2019 e fez um ranking com 5.601 escolas segundo a média objetiva e a média com a redação. As escolas privadas brasileiras tiveram média de 580,67 e as públicas 495,5. As públicas federais tiveram 566,3. O Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul concentram as melhores médias no ENEM. Entre os alunos oriundos de escola pública, dos 10 municípios com maior média objetiva, 7 são do estado de Minas Gerais. Em primeiro lugar no país, aparece o Colégio Farias Brito, com 716.36 de média objetiva, com apenas 35 alunos. Já dentre as que tem mais de 100 estudantes aparece o Bernoulli, que ainda se destacou em redação, com a média de 742.93.

    A CNN usou os mesmos critérios que o Inep utilizou até 2016 para fazer o ranking de escolas no Enem.

    Foram consideradas somente notas de alunos que declararam que estão cursando ensino regular e que estão terminando o Ensino Médio em 2019, presentes em todas as provas e que não zeraram na prova de redação. A partir desses estudantes, foram consideradas para a composição do ranking somente escolas com ao menos 10 alunos participantes e que mais de 50% de seus alunos do último ano tivessem participado do exame.

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