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    Mais de 40 espécies de animais estão ameaçadas pelo fogo no Pantanal

    Biólogo Hugo Fernandes fala sobre os resgastes dos animais na região

    Mais de 40 espécies de animais estão ameaçadas pelo fogo no Pantanal. À CNN, Hugo Fernandes, professor da Universidade Estadual do Ceará e biólogo, acompanha o trabalho de resgate na região atingida pelo fogo. 

    “A situação no Pantanal é muito diversa e ainda muito grave. Existem lugares onde o fogo já destruiu tudo, outros que o fogo ainda não passou, e espero que não passe. No entanto, há lugares onde a situação é atualmente trágica. Pude visitar os três cenários”, afirma.

    Na avaliação do especialista, o cenário é preocupante e chama a atenção para a possibilidade de extinção de alguns animais que compõe a fauna do Pantanal.

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    Onça-pintada no Pantanal
    Onça-pintada no Pantanal
    Foto: Araquém Alcântara/Arquivo Pessoal

    “Claro que isso é preocupante [a extinção das araras-azuis], assim como também é preocupante para várias outras espécies. Nós temos mais de 40 espécies de animais ameaçadas de extinção no Pantanal, muitas delas são conhecidas, como é o caso da onça pintada e da arara-azul. Mas é importante lembrar que há uma fauna incrível nesta contagem e que poucas pessoas falam.”

    E acrescenta: “Especialistas se reúnem a cada cinco anos no Brasil para analisar o cenário [dos animais ameaçados]. O que nós temos, no caso das araras azuis, é que talvez a categoria possa voltar a ser preocupante. Nós não temos uma definição oficial de que elas voltaram a ter um nível de ameaça maior”. 

    Além dos felinos e das aves, a preocupação com os mamíferos e répteis também é constante, de acordo com o biólogo. 

    “Também há répteis, anfíbios que morrem na casa de centenas de milhares e não têm projeto de conservação associados e estes casos são mais graves porque não conseguimos dimensionar o histórico destes animais. Precisamos entender que a diversidade do Pantanal é tamanha, que os níveis de impacto variam de grupo para grupo”.

    Quanto ao combate às chamas e auxílio do governo federal para lidar com a situação do bioma, Hugo acredita que “há ação do governo, mas está muito aquém do necessário”.

    “Pude acompanhar as entidades e civis que estão fazendo este trabalho de resgate. Esta parte acontece durante os incêndios, com apoio dos bombeiros, mas ele geralmente acontece depois que o fogo passa. É difícil, perigoso e está concentrado nas entidades civis. 

    Precisamos entender que a ação do governo, seja no combate ao incêndio ou no resgate de animais, ela existe. No entanto, ela está muito aquém do necessário”, finaliza.