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    Correspondente Médico: por que o inverno pode agravar as doenças psiquiátricas?

    Entenda a relação da luz solar com a depressão e suicídio

    A frente fria que passou pelo Sul e Sudeste do Brasil na semana passada fez com que muita gente tirasse o agasalho do armário. A tarde da última sexta (21) foi a segunda mais fria dos últimos 60 anos na capital paulista. Na virada para sábado (22), a temperatura cravou 8ºC, a madrugada mais fria de 2020 na cidade.

    No Sul do país, os turistas ignoraram o novo coronavírus e correram para cidades turísticas para verem de perto a neve. No entanto, para algumas pessoas o inverno pode provocar e até agravar doenças que vão além das já conhecidas nessa época: as ligadas à saúde mental.

    Na edição desta segunda-feira (24) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explica a relação entre a mudança de temperatura e as doenças psiquiátricas. O médico também analisou a importância da luz solar e como ela auxilia na prevenção de doenças como depressão e suicídio. 

    “Quando a gente olha a questão da saúde mental, dias mais frios, coincide com dias com menos exposição solar e isso faz com que o nosso cérebro funcione de uma forma diferente e abre espaço para a depressão sazonal. Esta questão sobre o clima faz com que o indivíduo fique mais ‘dentro de si mesmo’ e mais confinado, desenvolvendo um quadro mais depressivo”, explica.

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    Dr. Fernando Gomes
    Correspondente Médico: Por que o inverno pode agravar doenças psiquiátricas?
    Foto: Reprodução/CNN

    Na avaliação do médico, há uma tendência do indivíduo se fechar ‘um pouco mais’ em dias mais frios. “Existe esta tendência e a explicação é biológica”, disse. E completou: “A luz solar impacta no funcionamento do cérebro de uma forma muito importante. O hipotálamo faz o primeiro contato com a luz e provoca uma inibição da liberação do “hormônio do sono”, a melatonina. Ela acaba sendo uma porta de entrada para o desenvolvimento de um quadro patológico de doença mental”.

    A falta de melatonina pode desencadear um quadro depressivo no indivíduo. Juntamente com a falta de vitamina D, que é estimulada pela incidência da luz solar, o controle do hormônio é essencial para a prevenção destas doenças.

    “Os países que têm incidência solar menor, por exemplo, podem ter uma tendência de serem mais depressivos. Dias cinzentos, nublados, pouca luz solar e uma descrição monótona acaba sendo porta de entrada para quem tem alguma predisposição genética”, completou.

    Para evitar quadros como este, a interação social e a atividade física são fundamentais para ajudar no estímulo vital do ser humano. “É importante reconhecer o problema, caso ele estiver já instalado. Devemos procurar ajuda médica e convidar a pessoa a buscar o tratamento adequado. Não podemos forçá-las, mas podemos convidá-las e ajudá-las de outras formas”, finaliza Fernando Gomes.

    (Edição: André Rigue)

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