Ministério da Saúde discute incluir grávidas como prioridade para vacinação
Governo também disse que vacinação dos grupos prioritários pode ser concluída até setembro deste ano
Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (21), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta vai discutir com associações médicas a possibilidade de inclusão de mulheres grávidas como grupo prioritário no Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. Atualmente, somente são consideradas prioritárias as grávidas com comorbidades.
Segundo Queiroga, estudos internacionais apontam para risco maior de complicações associadas à Covid-19 no caso das gestantes, e por isso o debate é necessário. Nesta quinta-feira (22), o Ministério da Saúde fará uma reunião com técnicos da pasta e representantes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Fesbrago) sobre o assunto.
Vacinação dos grupos prioritários até setembro
Queiroga também disse que o Brasil pretende vacinar contra a Covid-19 todos os grupos prioritários até setembro de 2021.
Segundo o ministro, o Brasil tem acelerado a velocidade de sua vacinação, e “se continuar neste ritmo, até setembro vamos atingir a imunização da população prevista no Programa Nacional de Imunização”. “Nosso objetivo é que isso ocorra antes, até porque o esforço que estamos envidando deve resultar em novas doses de vacina”, disse Queiroga.
O ministro, no entanto, evitou se comprometer com um número específico de novas vacinas que devem chegar ao Brasil nas próximas semanas, mas afirmou que o país deve conseguir antecipar para os meses de abril, maio e junho a chegada 15,5 milhões de doses de vacinas da Pfizer e relatou que estão em negociação com a farmacêutiva americana mais 100 milhões de doses, que devem ficar para o ano que vem.
“Estamos em tratativas avançadas para firmar um novo contrato com a Pfizer de 100 milhões de doses, isso com vistas ao ano de 2022”, pontou.
Queiroga também relatou que o Ministério da Saúde está “buscando outras opções” de imunizantes, e citou as vacinas Covaxin, da indiana Bharat Biotech, e a russa Sputnik V, ainda não aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo o ministro, caso a Anvisa já tivesse aprovado o uso da Covaxin no Brasil, “já teríamos, para os próximos meses, um aporte de 20 milhões de doses” do imunizante. “Esperamos que a Anvisa conclua essa avaliação para que tenhamos essa vacina”, reforçou.
Sobre a Sputnik V, Queiroga disse estar em contato com os governadores do Norte e Nordeste, que têm tentado a compra de 37 milhões de doses do imunizante russo. Além disso, o próprio Ministério da Saúde já tem um acordo para a compra de 10 milhões de doses, lembrou o ministro.