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    Saúde confirma que 16.481 mil pessoas tomaram doses de fabricantes diferentes

    As trocas ocorreram entre a primeira e a segunda doses recebidas na vacinação contra a Covid-19

    Camille Couto e Elis Barreto, da CNN, no Rio de Janeiro *

    O Ministério da Saúde confirmou à CNN que 16. 481 mil pessoas receberam a primeira e segunda doses da vacina contra a Covid-19 de fabricantes diferentes no Brasil. A maioria começou a trajetória vacinal tomando doses da Oxford/AstraZeneca e recebeu uma segunda dose da Coronavac. E uma parte menor recebeu como primeira dose a Coronavac e como segunda a vacina de Oxford/AstraZeneca.

    As informações constam no sistema do Datasus, do Ministério da Saúde, mas o banco de dados está fora do ar há pelo menos 24 horas e não é possível saber quantos casos de doses trocadas por estado da federação.   

    No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde informou que foram 100 casos registrados e que “todos estão sendo monitorados pelas equipes de saúde e recebendo as informações devidas”.

    À CNN, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, explicou que ainda não há estudos sobre esse “intercâmbio” de doses, porém, destacou que não é aconselhável tomar a terceira dose porque seria arriscado  expor o corpo a alta taxa viral.  

    “Não é possível afirmar que tem riscos, até porque são vacinas sem componentes vivos. O que poderia influenciar é na proteção, mas não há estudos confirmando se diminui ou aumenta a imunização nesses casos. O aconselhável é não tomar uma terceira dose da vacina”, afirma.

    Profissional de saúde prepara dose de vacina contra o coronavírus
    Profissional de saúde prepara dose de vacina contra o coronavírus
    Foto: Alexandre Silva/FotoArena/Estadão Conteúdo

    Ao contrário do que orienta Renato Kfouri, e mesmo sem o conhecimento dos efeitos adversos da troca de vacinas, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que, em casos nos quais a segunda dose seja aplicada com menos de 14 dias, ela deverá ser desconsiderada e reagendada, conforme o intervalo indicado pelo fabricante da primeira vacina recebida.

    Caso seja administrada em um período superior a 14 dias, o esquema será validado – apesar de não ser o recomendado.

    Leia a íntegra da nota do Ministério da Saúde: 

    “O Ministério da Saúde acompanha os registros de casos de intercâmbio vacinal, que correspondem a aplicação de duas doses de laboratórios diferentes da vacina covid-19. Foram registradas, até o momento, 481 ocorrências desses eventos no e-SUS Notifica e outros 16 mil identificados no sistema SI-PNI.

    A pasta recomenda aos estados e municípios o acompanhamento e monitoramento dessas pessoas e reforça, ainda, a importância da atenção no processo de vacinação para evitar que erros ocorram. Além disso, é fundamental que a notificação da primeira dose da vacina seja registrada no cartão de vacinação com os dados relativos ao fabricante do imunizante, para garantir a correta aplicação da segunda dose.”

    São Paulo

    No estado de São Paulo, a plataforma VaciVida aponta que até a última sexta-feira (23) houve 797 registros de aplicações com imunizantes diferentes (vacinas do Butantan e da Fiocruz) entre primeira e segunda dose. 

    Os dados divulgados nesta manhã pelo Ministério da Saúde possuem uma defasagem com relação aos dados importados da base estadual. Grande parte destes registros foram analisados e os eventuais erros de inserção foram corrigidos pelos municípios, conforme orientação da Secretaria de Estado da Saúde.

    O próprio painel do Localiza SUS do órgão federal que contém as estatísticas da vacinação do Brasil indica em nota de rodapé o atraso de atualização dos dados contidos na RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde).

    *Colaborou André Rosa, da CNN, em São Paulo

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