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    Anvisa não foi pressionada a aprovar vacinas contra Covid-19, diz Barra Torres

    À CPI da Pandemia, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária reiterou independência do órgão na análise de medicamentos

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo, e Bia Gurgel, da CNN, em São Paulo

    O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou nesta terça-feira (11), em depoimento à CPI da Pandemia, que não houve pressão por parte de autoridades para aprovar vacinas contra o novo coronavírus.

    Questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) em mais de uma ocasião se autoridades federais, outras autoridades públicas ou até mesmo integrantes da indústria farmacêutica teriam agido no sentido de afrouxar os critérios da agência, ele foi enfático: “Não senhor”.

    Barra Torres também afirmou que a Anvisa já tomou todas as medidas possíveis para desburocratizar os procedimentos de aprovação de vacinas para uso no país, de forma que não havia espaço para avançar mais nesse sentido.

    O relator da CPI questionou o diretor-presidente da Anvisa sobre as decisões contrárias à importação tanto da vacina indiana Covaxin, produzida pelo laboratório Bharat Biotech, quanto à Sputnik V, imunizante russo desenvolvido pelo Instituto Gamaleya.

    Sobe a Covaxin, Barra Torres afirmou que a decisão técnica foi tomada com base em “eventos que acontecem em protocolos de análise” e disse acreditar que essas questões serão superadas. 

    “Acrescento que a Índia tem uma tradição muito forte de superação de discrepâncias apontadas”, afirmou. Ele opinou não considerar precipitado o processo conduzido pelo Ministério da Saúde para a compra do imunizante, mesmo antes da autorização de uso pela Anvisa, já que o processo que está em andamento ainda pode ser aproveitado “com base na tradição da Índia ser rápida na solução de problemas”.

    Sobre a vacina russa, ele reiterou que o processo de análise encontra-se parado na Anvisa para que a farmacêutica União Química – que representa o medicamento no Brasil – forneça as informações solicitadas. 

    “É importante que se entenda que o processo que fizemos de negativa da importação não deve somar à marca Sputnik V nenhum prensamento negativo, faz parte do processo (…) Conclamo que os que nos assistem, tão logo essa situação seja resolvida – e esperamos que seja – que não se se credite à vacina nenhuma característica ruim (…) Não é essa, de maneira nenhuma a nossa intenção”, explicou.

    Diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres presta depoimento a senadores
    Diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres presta depoimento a senadores na CPI da Pandemia
    Foto: Reprodução/CNN Brasil (11.mai.2021)

    Ele disse ainda que o único tipo de pressão sofrida em relação à Sputnik V é o que se veicula na imprensa brasileira, sem atuação de agentes públicos junto à Anvisa.

    “[A pressão]para aprovação é essa que está na mídia. É essa que recebemos todos os dias. Está na mídia, através da mídia. Todos nós temos assistidos telejornais em que os agentes públicos, certamente desejosos de atender bem sua população, tem cobrado e efetuado gestões inclusive judiciais – temos vários acionamentos no STF – e lógico que isso exerce uma pressão. É ostensiva, pública, não vejo nada de mais em relação a isso.