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    Hungria cobra Regina Duarte sobre acordo na área cultural

    André Spigariol , Da CNN, em Brasília

    O governo da Hungria cobrou a Secretaria Especial da Cultura, ainda comandada pela atriz Regina Duarte, sobre uma proposta de acordo do país com o Brasil na área cultural encaminhada ainda no ano passado. A atriz e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciaram no mês passado que ela deixaria o cargo, mas a mudança ainda não foi concluída.

    Os húngaros querem firmar um memorando de entendimento com o governo brasileiro para a promoção cultural entre os dois países, mas ainda não receberam a análise do Ministério do Turismo. Em consequência disso, a pasta foi cobrada pela embaixada húngara em Brasília, segundo fontes ouvidas pela CNN no Itamaraty e no MTur.

    Pelo memorando proposto, os dois governos criam um plano de ação no período entre 2020 e 2022 para facilitar a cooperação e o intercâmbio entre artistas húngaros e brasileiros em diversas áreas, incluindo teatro, cinema, música e literatura.

    O período de vigência do acordo coincide com o tempo restante até o final dos atuais mandatos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban. O premiê é visto em Brasília como um dos aliados do Itamaraty e do presidente. Em abril de 2019, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi recebido pelo mandatário.

    Em dezembro do ano passado, manifestantes tomaram as ruas de Budapeste, capital da Hungria, contra uma lei proposta e aprovada pelo partido do primeiro-ministro que amplia o controle do governo sobre o setor cultural.

    Com ela, o ministro responsável pela cultura tem maior ingerência sobre os teatros financiados pelo estado e um novo escritório central governamental foi criado para gerir a estratégia cultural do país. O argumento do governo é que a lei tem como objetivo fortalecer a identidade nacional, mas críticos da medida apontaram que a nova normativa levaria a uma imposição de valores conservadores. O setor artístico na Hungria teme que a medida leve a mais restrições na área. 

    Por e-mail, a CNN procurou o Ministério do Turismo e o Itamaraty, mas não recebeu resposta de nenhuma das pastas até o fechamento desta reportagem.

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