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    Witzel diz que impeachment é ‘revoltante’ e chama resultado de ‘golpe’

    De acordo com o ex-juiz, a norma processual e a norma técnica "nunca estiveram presentes" no julgamento

    Gregory Prudenciano e Renato Barcellos, da CNN, em São Paulo

    Wilson Witzel afirmou nesta sexta-feira (30) que o resultado do processo de impeachment contra ele é “revoltante” e que a norma processual e a norma técnica “nunca estiveram presentes” no julgamento. 

    “Não fui submetido a um Tribunal de um Estado de Direito, mas sim a um Tribunal Inquisitório. Com direito a um carrasco nos moldes do estado islâmico, que não mostrou o rosto”, escreveu no Twitter.

    De acordo com ele, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos “que escondia R$ 10 milhões no colchão virou herói” e a “única prova para o golpe”.

    “Todo Tribunal Inquisitório é unânime. Hoje não sou eu que sou cassado, é o Estado Democrático de Direito”, declarou.

    Em vídeo para deputados, Witzel afirmou que acusações contra ele são levianas
    Em vídeo enviado a deputados, Wilson Witzel afirmou que as acusações contra ele são levianas
    Foto: Antonio Cruz – 26.mar.2019/ Agência Brasil

     

    O Tribunal Especial Misto julgou, por 10 a 0, que Witzel deve sobrer o impeachment. O mínimo de votos necessários para o impedimento do governador, no entanto, era sete.

    Com o impeachment do ex-juiz, o governador interino Cláudio Castro (PSC), vice-governador eleito na chapa do então titular em 2018, será efetivado no cargo. Sua posse, no entanto, depende de a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ser notificada da decisão pelo TJ, para marcar a cerimônia, que pode ocorrer já neste sábado (1º).

    De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, a partir da eleição de Wilson Witzel, “estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”. Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais, como a Secretaria de Saúde, “para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas”.

    O principal mecanismo utilizado pelos grupos para captar recursos financeiros, segundo o MPF, era “por meio do direcionamento de licitações de organizações sociais (OSs), mediante a instituição de uma ‘caixinha de propina'” abastecida por OSs e seus fornecedores”.

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