Lava Jato cita ‘procuradores-gerais sem consciência’ em recurso contra Aras
Procuradores da Lava Jato incluíram provocação ao PGR em recurso no Supremo
Os procuradores da Lava Jato do Rio de Janeiro incluíram uma provocação direta ao procurador-geral, Augusto Aras, no recurso que apresentaram ao Supremo para tentar reverter a decisão que franqueou a Aras acesso irrestrito a todo o banco de dados das forças-tarefas do Rio, de São Paulo e de Curitiba.
Na epígrafe do recurso —o trecho inicial do pedido que, geralmente, traz uma citação—os procuradores destacaram um trecho de um voto antigo do ministro Celso de Mello, que diz que é preciso zelar pela dignidade institucional do Ministério Público e “impedir que procuradores-gerais, despojados da consciência que lhes impõe o momento histórico que vive a Instituição, venham, por razões menores ou pela desprezível vontade de agir servilmente, a degradá-la”.
Leia também:
Augusto Aras: ‘É hora de corrigir rumos para que o lavajatismo não perdure’
O trecho que cita “procuradores-gerais despojados de consciência” foi negritado e sublinhado no texto do recurso dos procuradores contra Aras.
O trecho final da citação do voto de Mello usado pela Lava Jato do Rio aponta para o risco de o Ministério Público ser transformado em “inaceitável instrumento de pretensões contestáveis”.
O recurso da Lava Jato do Rio é o mais novo capítulo da queda de braço entre os procuradores e o procurador-geral, Augusto Aras, que queria fiscalizar o trabalho das forças-tarefas e aponta para a possível existência de abusos no curso das investigações.
Aras enfrenta forte resistência interna. E sua ofensiva sobre as forças-tarefas da Lava Jato ampliou a resistência interna ao seu nome.