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    Denúncia contra Serra e filha cita uso de ‘complexa rede de offshores’

    A CNN teve acesso à denúncia contra o senador

    da CNN em São Paulo

    A CNN teve acesso à denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) nesta sexta-feira (3) contra o senador José Serra (PSDB-SP) e sua filha, Verônica Serra.

    O documento diz que ambos “ocultaram e dissimularam, por meio de numerosas operações bancárias, a natureza, a origem, a localização e a propriedade de valores sabidamente provenientes de crimes, notadamente de corrupção passiva e ativa, de fraudes à licitação e de cartel, praticando, assim, atos de lavagem de capitais” entre 2006 e, ao menos, 2014.

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    Os procuradores também contextualizam a denúncia. Em um dos exemplos, dizem que a Odebrecht teria pagado cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007 para sua campanha eleitoral ao governo de São Paulo e outros R$ 23,3 milhões, entre 2009 e 2010, para liberação de créditos junto à Dersa.

    O texto diz que também haveriam pagamentos indevidos feitos pela empreiteira a Serra fora do Brasil, usando uma “complexa rede de offshores”. Essas operações teriam contado com a intermediação do empresário José Amaro Pinto Ramos.

    Após o detalhamento, o MPF diz que, por meio de sua ligação com o ex-presidente da empresa Pedro Novis, Serra teria solicitado à Odebrecht “vultosos pagamentos indevidos”, e que a empreiteira teria pagado montantes no total de 936 mil euros (o equivalente a R$ 5,6 milhões na cotação atual) à empresa Dortmund International Inc., controlada por Verônica Serra.

    Além da denúncia por lavagem de dinheiro, os dois também responderão por ocultação de bens.

    Em nota, a assessoria do senador afirma que “causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo”. “Em meio à pandemia da Covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação”, afirma.

    “É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.O senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas”, completa.

    Em nota, a Odebrecht diz que está colaborando com a Justiça de forma permanente e eficaz para esclarecer fatos do passado. O PSDB também emitiu um comunicado, em que diz acreditar no sistema judicial do país e que confia na história do senador e nos devidos esclarecimentos dos fatos.

    A defesa de Verônica Serra disse que não irá se manifestar.

    A CNN procurou os outros citados, Pedro Novis e José Amaro Pinto Ramos, mas não obteve resposta até o momento.

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