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    Governo tenta reorganizar tropa de choque na CPI para mirar estados

    É preciso apresentar uma contra narrativa, sob pena de o relatório final da CPI ser altamente prejudicial ao Planalto, avalia governo

    Caio Junqueira, Bárbara Baião e Thais Arbex Da CNN, em Brasília

     O governo decidiu dar um freio de arrumação na CPI da Pandemia e realizou na manhã desta quarta-feira (5) uma reunião com os integrantes da CPI aliados do governo para tentar elaborar uma estratégia que faça frente ao G-7, a maioria oposicionista do colegiado.  

    O diagnóstico foi o de que a narrativa de que o presidente Jair Bolsonaro é o responsável pela tragédia brasileira na pandemia está prevalecendo e que é preciso apresentar uma contra narrativa, sob pena de o relatório final da CPI ser altamente prejudicial ao Planalto. O primeiro dia de depoimento, de Luiz Henrique Mandetta, foi considerado muito ruim para o governo, tanto pelas falas do ex-ministro, quanto pela desorganização dos governistas.  

    Os senadores cobraram alinhamento da narrativa e organização de documentos para evitar que mais de um senador seja abastecido com a mesma informação. Quem vai concentrar as demandas da base pró-Planalto é o senador Marcos Rogério, do DEM, apontado como o mais próximo do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, que é o ministro responsável pela estratégia política até aqui. 

      

     

    Ficou acertado também que é preciso buscar fatos que mostrem a eventual má utilização dos recursos federais por governadores. Para tanto, o governo começará a municiar a tropa de choque com informações sobre os estados, ao mesmo tempo em que os senadores deverão apresentar requerimentos pedindo dados mais específicos sobre utilização de recursos federais nos estados e sistematizar a chegada do dados de requerimentos já apresentados. As reuniões deverão ser semanais e uma próxima já está prevista para terça-feira. 

    Participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, além dos senadores Jorginho Mello, Ciro Nogueira, Marcos Rogério e Eduardo Girão e Luis Carlos Heinze. 

    Oitiva de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, na CPI da Pandemia
    Oitiva de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, na CPI da Pandemia
    Foto: Jefferson Rudy – 4.mai.2021/Agência Senado

    Os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra, e do Congresso, Eduardo Gomes, também estiveram presentes. Horas após a conversa, Bezerra foi indicado a uma vaga de suplência na CPI por indicação do líder do DEM, Marcos Rogério. 

    Apesar da operação montada pelo Planalto, senadores governistas já foram alertados por colegas de base do governo no Congresso que a CPI é uma guerra perdida e que, principalmente se insistirem na defesa da cloroquina.

    A avaliação de parlamentares de partidos da base ouvidos pela CNN é a de que, por mais fidelidade que haja ao presidente Jair Bolsonaro, os senadores governistas estão numa encruzilhada e, até, numa situação constrangedora, uma vez que, em relação à condução da pandemia.