Coco Gauff, finalista do US Open, sobre jogo interrompido por manifestantes: “Não posso ficar chateada com eles”
Partida ficou 45 minutos paralisada depois que um manifestante colou seus próprios pés no chão da arquibancada
A tenista norte-americana Coco Gauff, que venceu a semifinal do US Open contra Karolína Muchová por 2 sets a 0 (6-4 e 7-5), nesta quinta-feira (7), disse que não poderia “ficar realmente chateada” com os manifestantes climáticos que causaram um atraso de 45 minutos no meio da partida.
Gauff estava à frente do placar no início do segundo set quando ocorreu a interrupção.
Em um comunicado, o US Open classificou o incidente como “relacionado aos torcedores” no Estádio Arthur Ashe e disse que um participante “colou os pés no chão e devido à natureza desta ação, profissionais médicos, a polícia e o pessoal de segurança foram necessários para resolver o problema e retirar o torcedor da arquibancada.”
Enquanto o manifestante — que gritava sobre “questões ambientais”, segundo a transmissão da ESPN — era removido, os torcedores dentro do estádio aplaudiram.
Quatro pessoas estiveram envolvidas no protesto e três delas “foram escoltadas para fora do estádio sem mais incidentes”, segundo um comunicado da Associação de Tênis dos EUA.
“Ao longo da história, momentos como este são definitivamente momentos decisivos.Eu realmente não sei exatamente o que eles estavam protestando, só sei que era sobre o meio ambiente. E acredito 100% nisso”, disse Coco Gauff aos repórteres.
“Eu preferiria que isso não acontecesse na minha partida? 100%, sim. Não vou sentar aqui e mentir. Mas é o que é”, completou.
Gauff e Muchová deixaram a quadra durante o atraso, enquanto os manifestantes eram escoltados para fora do estádio.
Os manifestantes climáticos também interromperam jogos de Roland Garros no ano passado e também este ano em Wimbledon, onde espalharam confetes laranja e peças de quebra-cabeça na grama da quadra.
“Tive a sensação de que isso aconteceria neste torneio”, disse Gauff. “Aconteceu no Aberto da França, aconteceu em Wimbledon. Então, você sabe, seguindo a tendência, isso definitivamente iria acontecer aqui.”
“Não fiquei chateada com os manifestantes. Eu sei que o estádio ficou porque simplesmente interrompeu o entretenimento. Sempre falo sobre pregar o que você sente e no que você acredita. Foi feito de forma pacífica, então não posso ficar muito bravo com isso. Obviamente, não quero que isso aconteça quando estou vencendo por 6-4 e 1-0 e queria que o ímpeto continuasse. Mas se é isso que eles achavam que precisavam fazer para que suas vozes fossem ouvidas, não posso ficar chateada com isso.”
Gauff, a mulher mais jovem (19 anos) a chegar à final do US Open desde Serena Williams em 1999, enfrentará a bielorrussa Aryna Sabalenka em sua tentativa de conquistar seu primeiro título de Grand Slam.
(Jenny Stevens, da CNN, contribuiu com a reportagem)