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    Por aval à CPMF, governo teria oferecido apoio à PEC tributária da Câmara

    A oferta teria sido feita pelo governo em uma série reuniões nos últimos dias entre ministros das áreas política e econômica

    Igor Gadelhada CNN

    Em uma mais uma ofensiva para tentar diminuir as resistências à “nova CPMF”, o governo teria proposto uma espécie de troca ao grupo de Rodrigo Maia. Pela proposta, o Executivo apoiaria a PEC da reforma tributária da Câmara. Em troca, o presidente da Casa e seus aliados apoiariam a recriação da contribuição sobre transações financeiras. 

    A oferta foi feita pelo governo em uma série de reuniões nos últimos dias entre ministros das áreas política e econômica, líderes do Centrão e lideranças próximas ao presidente da Câmara, entre elas, o líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP), e o relator da reforma tributária no Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

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    Um desses encontros foi um almoço promovido pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), nesta terça-feira (22), em seu apartamento funcional, em Brasília, com as presenças do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de líderes como Baleia. Na noite do mesmo dia, Guedes recebeu Aguinaldo na sede do ministério. 

    Segundo apurou a CNN, o governo ofereceu uma espécie de “dobradinha”. O Executivo encamparia a aprovação da PEC 45 da reforma tributária, que é patrocinada por Maia, em detrimento da PEC 110, defendida pelos senadores. Em troca, o presidente da Câmara pautaria a recriação da CPMF.

    Nesse pacote, entraria ainda uma desoneração ampla da folha de pagamentos. Isso incluiria apoio do próprio governo à derrubada, pelo Congresso Nacional, do veto do presidente Jair Bolsonaro ao fim da desoneração para 17 setores da economia. A análise do veto deve ocorrer nas próximas semanas. 

    Hoje, Maia é visto como o principal opositor à volta do tributo. Ele já deu diversas entrevistas dizendo que, enquanto presidir a Câmara, não há chances de pautar o tema. Líderes do Centrão, porém, já apoiam a proposta nos bastidores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também já avisou que não será empecilho.

    À coluna, aliados de Maia disseram nesta quarta-feira (23) que ele mantém a posição contrária à “nova CPMF”. Mas os próprios aliados já se mostram mais abertos ao diálogo. O discurso agora é de que o governo precisa apresentar sua proposta oficial de recriação do tributo, para que os parlamentares possa fazer o debate.

    Procurados, Guedes e os parlamentares não se pronunciaram. A ordem no governo é evitar falar sobre o assunto publicamente, após Bolsonaro ameaçar com “cartão vermelho” os auxiliares que antecipassem medidas em estudo pelo Executivo, como ocorreu com a proposta de congelamento das aposentadorias por dois anos.

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