Gilmar Mendes diz que ataque ao Supremo é atentado à democracia
"Todo atentado a qualquer instituição democrática é um atentado à democracia", disse ministro
Após manifestantes lançarem fogos de artifício em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) no último sábado (13), o ministro Gilmar Mendes classificou o ataque como atentado à democracia. “É preciso dizer que todo atentado a qualquer instituição democrática é um atentado à democracia”, disse ao classificar o episódio como lamentável.
Ele participou de uma seminário sobre os desafios da democracia e da cultura na pandemia, promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) neste domingo (14). Ainda sobre o ocorrido, o ministro da Suprema Corte elogiou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que publicou um decreto proibindo as manifestações previstas para acontecer na Esplanada dos Ministérios neste domingo. “Teve atitude não só de preservação do espaço público de maneira adequada, como também sua reação aos ataques ao Supremo”, comentou.
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O ministro também observou que não há justificativas para a defesa para a volta de um governo autoritário. “Ainda que possamos entender os aspectos históricos, é preciso dizer que não há justificativa para se ter saudade da ditadura. A ditadura foi mal para o nosso desenvolvimento, e isso precisa ser claro”, afirmou. Ele ainda ressaltou que a cultura é um setor importante para fortalecer o regime democrático. “É um meio de comunicação nosso com o mundo la fora. Temos que mostrar mais e valorizar a cultura brasileira”, avaliou.
Responsabilidade social
Ainda na visão do ministro, a pandemia, apesar de ser trágica, serviu para expor a desigualdade brasileira. “Sabíamos que era existente, mas que, no dia a dia, era escamoteado”, disse. Ele defende a criação de metas para lidar, por exemplo, com a “vergonhosa” falta de saneamento. “Espero que a solução desses problemas seja o legado da pandemia”, completou.
Mendes sugeriu ainda a criação de uma Lei de Responsabilidade Social para lidar com os problemas de desigualdade do país. “Talvez devêssemos pensar em uma lei de responsabilidade social, que ao lado da Lei de Responsabilidade Fiscal nos desse um norte”, defendeu.