CPI da Covid deverá investigar demora na compra de vacinas da Pfizer
Comissão quer traçar o histórico de ações do governo federal no enfrentamento à pandemia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que deverá ser oficialmente instalada na próxima terça-feira (27) no Senado Federal, terá entre seus focos a demora do governo federal em fechar contrato para a compra de vacinas contra a Covid-19 fabricadas pela farmacêutica americana Pfizer.
Conforme apurou a colunista da CNN Daniela Lima, a ideia inicial dos senadores é traçar uma linha do tempo da atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia, o que inclui a compra de vacinas.
Em janeiro de 2021, o colunista da CNN Caio Junqueira revelou que ainda em setembro do ano passado o CEO mundial da Pfizer encaminhou uma carta ao presidente JJair Bolsonaro (sem partido) e a alguns de seus principais ministros oferecendo doses do imunizante ao Brasil e pedindo ao presidente celeridade na compra, já que a demanda global pelas vacinas estava se expandindo e a farmacêutica tem capacidade limitada de produção.
Na ocasião, as negociações não andaram, mas em março de 2021 o governo federal acabou comprando 14 milhões de doses do imunizante da Pfizer, sendo que o primeiro lote de um milhão de doses deverá chegar ao país nos próximos dias.
CPI da Covid-19
Inicialmente, a proposta da CPI da Covid-19 feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) era para investigar somente o enfrentamento da pandemia por parte do governo federal. Embora a proposta tenha conseguido reunir número superior às 27 assinaturas necessárias para ser levada adiante, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se recusou a fazê-lo.
Diante da recusa, os senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão monocrática posteriormente confirmada pelo plenário do Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI.
Senadores mais alinhados com o governo Bolsonaro se movimentaram, então, para ampliar o escopo da investigação, de forma que o governo federal não fosse o único foco da comissão. Assim, a administração por estados e municípios do dinheiro destinado pela União ao enfrentamento da pandemia também acabou incorporada à investigação.