Pressão aumenta, mas Ernesto Araújo resiste no governo
Pesa a favor dessa decisão não ceder de imediato à pressão do Congresso e também atender as suas bases bolsonaristas, que apoiam a atuação do ministro
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, conseguiu do presidente Jair Bolsonaro uma sobrevida no governo.
Interlocutores do presidente disseram à CNN que Jair Bolsonaro (sem partido) não deverá fazer substituições no Itamaraty no curto prazo. Pesa a favor dessa decisão não ceder de imediato à pressão do Congresso e também atender as suas bases bolsonaristas, que apoiam a atuação do ministro.
No entanto, o governo avalia que é necessário fazer alguns acenos a sua base parlamentar, que lidera o movimento para destituir Araújo. Por exemplo, inflexões nos fóruns mundiais ambientais e até mesmo uma declaração pública contundente a favor de um leilão 5G plural, como desejam os chineses.
Nesse sentido, o presidente também considera demitir o assessor especial para assuntos internacionais Filipe Martins, que, nesta quarta-feira (24) fez um gesto considerado obsceno por senadores. Entregaria, assim, um integrante do segundo escalão para salvar, momentaneamente, um do primeiro escalão.
A esses acenos, soma-se uma estratégia de defesa colocada em prática por Ernesto Araújo que ajudou o presidente a mantê-lo, momentaneamente que seja, no cargo.
O chanceler deixou claro nas conversas que teve – inclusive com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pela manhã – que muito do que lhe cobram não é sua responsabilidade. Vacinas, por exemplo, é um tema do Ministério da Saúde e meio ambiente do Ministério do meio Ambiente, comandado por Ricardo Salles, outro alvo do Congresso.
A interlocutores, Ernesto chegou a dizer que a posição de Salles nos fóruns internacionais ambientais atrapalha o Brasil e que essa conta não é sua.