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    Aliados dizem que Lula recebe decisão de Toffoli como ‘reconstrução histórica’ e veem caminho para reaproximação

    Ao anular provas do acordo de leniência da Odebrecht com a Lava Jato, o magistrado afirmou que a prisão do petista em 2018 foi uma “armação”

    Thais Arbexda CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu como “reconstrução histórica” a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), desta quarta-feira (6), segundo aliados do mandatário do Palácio do Planalto disseram à CNN. A avaliação é a de que está aberto um caminho de reaproximação entre os dois.

    Ao anular as provas do acordo de leniência da Odebrecht com a Lava Jato, o magistrado afirmou que a prisão do petista em 2018, no âmbito da operação comandada por Curitiba, foi uma “armação”. Lula, ainda de acordo com pessoas próximas, ficou feliz com a decisão.

    Segundo Toffoli, a prisão de Lula poderia ser chamada de “um dos maiores erros judiciários da história do país”, mas “foi muito pior”. “Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais”, escreveu o ministro.

    Ainda de acordo com o ministro, o episódio “foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF”.

    A decisão, em que Toffoli classifica os métodos usados pela Lava Jato para obter provas como “um pau de arara do século XXI”, pode ter papel importante numa reaproximação do ministro do Supremo com o presidente.

    Embora tenha chegado à Corte em 2009 pelas mãos de Lula, Toffoli se distanciou do petista nos últimos —principalmente por conta da série de decisões que tomou no âmbito da própria Lava Jato.

    A maior mágoa do presidente, segundo aliados, tem como pano de fundo a decisão de Toffoli do início de 2019, quando um dos irmãos de Lula morreu de câncer.

    À época, a defesa de Lula pediu autorização à Justiça para que o petista se reunisse com familiares para a despedida, em São Bernardo do Campo. Como juízes de instâncias inferiores negaram, o caso foi parar no Supremo.

    Toffoli demorou a tomar a decisão e apenas concedeu o direito de Lula se encontrar com a família em uma unidade militar em São Paulo, com a possibilidade de o corpo de Vavá ser levado até ele. O agora presidente não aceitou.

    Nos últimos meses, no entanto, tem havido gestos de aproximação. Na cerimônia de diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em dezembro do ano passado, Toffoli chegou a reconhecer seu erro sobre o episódio e pediu desculpas a Lula

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