Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Caça às bruxas: Bolsonaro pede que ministros identifiquem vazador de reunião

    A razão é do vazamento à CNN da declaração do ministro da Justiça, André Mendonça, na reunião do Conselho de Governo nesta terça-feira (12)

    Caio Junqueirada CNN

    O presidente Jair Bolsonaro instalou um clima de caça às bruxas dentro do Palácio do Planalto em razão do vazamento à CNN da declaração do ministro da Justiça, André Mendonça, na reunião do Conselho de Governo nesta terça-feira (12) na qual ele comparou o caso Moro ao escândalo de Watergate. O episódio acabou levando à queda do presidente norte-americano Richard Nixon em 1974.

    Bolsonaro deu a missão de identificar quem vazou a informação. Cogita até mesmo instalar uma sindicância para apurar qual dos seus ministros fez o relato à CNN. Em outra frente, cancelou as reuniões ministeriais. Agora, elas ocorrerão mensalmente e como um café da manhã. As conversas com os chefes de cada área serão individuais. “Reunião mensal vai ser um café da manhã, uma confraternização”, disse.

    A fala foi feita logo no início da reunião desta terça-feira (12) do Conselho de Governo, órgão que envolve todos os ministros de Estado. Segundo uma fonte presente no encontro, Mendonça declarou que “qualquer ato de não-entrega seria obstrução de justiça semelhante a Watergate.”

    No escândalo americano, a Suprema Corte dos Estados Unidos obrigou a Casa Branca a entregar fitas das reuniões do então presidente Nixon com assessores, nas quais ficava claro que ele ordenou que a CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) comunicasse o FBI (polícia federal dos EUA) de que havia violação da segurança nacional na investigação que apurava  a espionagem na sede do Partido Democrata nas eleições de 1972. Isso não era verdade e acabou levando a um processo de obstrução de justiça e, consequentemente, a sua renúncia. 

    O fim das reuniões também coincide com a entrada em cena do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, apontada por Sergio Moro como prova crucial de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. A decisão sobre a publicidade do vídeo deve ser proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, que supervisiona as investigações.

    Leia e assista também:

    Daniel Adjuto: Moro quer divulgar vídeo completo para expor comportamento de Bolsonaro

    TCU determina que militares que receberam auxílio de R$ 600 devolvam valores

    Tópicos