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    Bolsonaro: general da Suframa não é do centrão

    No Palácio da Alvorada, presidente diz que indicado para superintendência no AM não é do bloco que, recentemente, se aproximou do governo em troca de cargos

    Murillo Ferrari, , da CNN, em São Paulo

    No encontro com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira (3), o presidente Jair Bolsonaro tentou se distanciar das nomeações de indicados por partidos do centrão, que já ocupam pelo menos uma dezena de cargos de segundo escalão em seu governo. Em conversa com um dos presentes, ele destacou que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) não é ocupada por um indicado pelo centrão.

    Ao ouvir que ele deveria resolver o fato de a imprensa apontar que existe um “gabinete no ódio” dentro da Presidência, responsável pela criação de notícias falsas, Bolsonaro disse que não tinha como resolver tudo e citou a Suframa.

    “Admite um cara na ponta de não sei aonde, o cara é filiado não sei ao quê. O pessoal me critica. Eu sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados em todo Brasil. Entrou um cara no Banco do Nordeste agora. Trocou a Suframa. Saiu um coronel e entrou um cara. O general que está na Suframa não é do centrão”, disse.

    No último mês, o governo federal tem negociado cargos de segundo e terceiro escalões diretamente com o centrão, grupo de partidos que inclui, entre outros, PP, PL, PSD, Republicanos.

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    Pelo menos 10 cargos já foram entregues ao grupo, entre eles, a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Departamento de Obras contra a Seca (Dnocs), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Banco do Nordeste.

    São trocas feitas com o aval de Bolsonaro para tentar ampliar o apoio, hoje mínimo, do governo no Congresso, especialmente com o risco de mais de três dezenas de pedidos de impeachment aguardando análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente tem sido cobrado por alguns apoiadores, mas evita falar do assunto.

    Conflito com Witzel

    Ao receber um pedido de ajuda de um Policial Militar do Rio de Janeiro, o presidente atacou o governador do estado, Wilson Witzel, e insinuou que sabe onde ele deve estar brevemente. Witzel é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por um suposto esquema de fraudes na área da saúde.

    “Eu não vou conversar com o Witzel. Até porque brevemente já sabe onde ele deve estar, né?”, disse Bolsonaro.

    Adversário político de Bolsonaro, Witzel foi alvo da Operação Placebo da Polícia Federal no dia 26 de maio – o que acirrou os ânimos em torno das suspeitas de interferência do presidente da República na corporação. Um dia antes a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) indicou ter conhecimento de que haveria ações contra governadores.

    O presidente Jair Bolsonaro fala a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada
    O presidente Jair Bolsonaro fala a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada
    Foto: CNN (03.jun.2020)

    O comentário de Bolsonaro desta quarta-feira, 3, foi feito após um apoiador, que se apresentou como sargento reformado da Polícia Militar, reclamar de uma taxação sobre a Previdência que estaria sendo aplicada sobre os salários de policiais reformados por incapacidade. Ele pediu que o presidente fizesse algo a respeito.

    Diante de outros pleitos feitos pelo militantes, Bolsonaro disse que não tem poder de resolver tudo. “Sou um sozinho. É um grande sistema que a gente tem pela frente, mas vai chegar um tempo que vai passar o limite de muita gente”, afirmou o mandatário.

    Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo

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