Senadores pressionam por adiamento de votação de socorro aos Estados
Líderes na Casa pressionam pelo adiamento da votação do texto, que está prevista para este sábado (2)
![O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP): 'Única conversa do presidente Davi Alcolumbre foi com o ministro Paulo Guedes que eu saiba. No máximo, com o líder do governo na Casa' (4.mar.2020) O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP): 'Única conversa do presidente Davi Alcolumbre foi com o ministro Paulo Guedes que eu saiba. No máximo, com o líder do governo na Casa' (4.mar.2020)](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2021/06/4064_AECB1B03202EFA51-4.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
Diante da reação negativa ao formato do pacote de socorro aos estados e municípios apresentado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), líderes na Casa pressionam pelo adiamento da votação do texto, que está prevista para este sábado (2).
O assunto foi levantado em uma reunião, na manhã desta sexta-feira (1º), com senadores do movimento Muda Senado e a ala apelidada de “cabeças brancas”, como o senador Tasso Jereissati, do PSDB.
Segundo o relato de parlamentares que estavam no encontro, um dos caminhos em discussão é a apresentação de um substitutivo, mudando o critério de distribuição misto.
A definição sobre o pedido de retirada de pauta, no entanto, só deve sair depois de uma nova rodada de reuniões com integrantes da equipe econômica e também com o presidente Alcolumbre.
Segundo o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a proposta de adiar a apreciação do texto partiu do senador Roberto Rocha, líder do PSB, e teve apoio de outros líderes.
Os líderes reclamam que não foram consultados previamente sobre o texto. “Única conversa do presidente Davi Alcolumbre foi com o ministro Paulo Guedes que eu saiba. No máximo, com o líder do governo na Casa”, disse Randolfe à CNN. “O projeto que saiu está muito ruim. Não agradou a ninguém”.
Não há consenso sobre diversos itens do projeto, como a forma de distribuição dos recursos e também sobre as contrapartidas, como o congelamento de salários.
“Os médicos que não forem acometidos pela COVID-19 e que sobreviverem à pandemia vão receber como retribuição um tapinha das costas? Não adianta ficar batendo palmas nas janelas dos apartamentos. Não adianta governadores e prefeitos chamá-los de heróis e não dar o mínimo conforto a eles e às suas famílias depois que a crise passar”, afirmou.
Otimismo
O líder no governo no Senado, Fernando Bezerra (DEM-PE), afirmou que o Planalto está em intensas negociações com os senadores e que há “uma enorme disposição para construir um entendimento em relação aos critérios” de distribuição dos recursos.
“Já conseguimos [entendimento] em relação aos valores de R$ 50 bilhões para o auxílio emergencial [para estados e municípios], de R$ 10 bilhões para investimentos na saúde, na suspensão dos pagamentos das parcelas das dívidas e das contrapartidas exigidas no substitutivo do presidente Davi [Alcolumbre, do Senado]. Agora só faltam dois pontos: a divisão entre estados e municípios e o critério de rateio desses recursos. Estou otimista”, disse Bezerra.